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Pará: quase 50% dos estudantes estão fora da idade para a série que estudam

Parceria da Seduc com o Unicef busca combater o problema que também afeta 46% dos estudantes no ensino fundamental

Camila Guimarães

No Pará, mais de 46% dos estudantes do ensino fundamental estão fora da idade adequada para a série que estão cursando. No ensino médio, o índice já ultrapassa os 50%. Apesar de já serem porcentagens preocupantes, esses números podem ser ainda maiores atualmente, já que correspondem a um levantamento com base em dados de 2019, feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Nesta terça-feira (10), os órgãos firmaram parceria para combater o problema.

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Segundo a gestora, o projeto é considerado piloto e está, atualmente, sendo desenvolvido apenas em Belém. A expectativa é que, a partir de 2023, a iniciativa seja levada para outros municípios do estado, de forma gradativa. “A nossa meta é que nós possamos, efetivamente, incentivar a permanência do aluno em sala de aula e possibilitar que ele tenha um processo de aprendizagem seguro, para que ele fique na idade certa em sala de aula”, afirma Elieth.

Projeto atua com crianças e adolescentes que estiveram fora da escola

Na visão da representante do Unicef, Florence Bauer, o projeto Trilhas no Pará tem o potencial de reduzir a distorção série-idade que o estado tem hoje. Ela explica como o projeto atua, na prática: “A gente trabalha com os professores para que eles proporcionem uma acolhida personalizada dessas crianças e adolescentes que estiveram fora da escola durante tanto tempo e avaliamos qual a situação daquela criança, como adaptar a educação ao que ela precisa naquele momento para que ela possa se reintegrar progressivamente”.

A coordenadora do Trilhas no Pará, Jaqueline Blanco, diz que, além dos professores, o projeto também busca envolver família e comunidade ao redor das escolas de modo a colaborar com a reintegração do aluno à escola. Ela explica que a evasão escolar, agravada pela pandemia, é o principal motivador da distorção idade-série: “Com a pandemia, esse índice certamente aumentou. Mas como não podemos recuperar o que foi perdido em dois anos, precisamos trabalhar para que esses alunos possam retomar sua trajetória escolar, considerando toda a aprendizagem que eles já têm e avançar para superar esses índices”.

De acordo com Jaqueline, 13 escolas estaduais recebem, atualmente, ações do Trilhas no Pará, mas a expectativa é expandir: “À medida que a gente for alcançando a adesão das escolas, nós vamos ampliando. Para 2023, nós precisamos pensar em atender todas as regiões de integração, partindo de algumas escolas. Cada escola terá o seu momento ideal para ir aderindo ao projeto”, garante.

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