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ONG tenta levar peixe-boi de volta à natureza

Faltam recursos para reabilitar o animal, cuja espécie é ameaçada de extinção

João Paulo Jussara
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Em 2013, um filhote de peixe-boi marinho se perdeu da mãe e foi encontrado na Praia do Salazar, no município de Salvaterra, arquipélago do Marajó. Desde então, o Instituto Bicho D'água (IBD), uma Organização Não Governamental (ONG) que atua na conservação da biodiversidade costeira amazônica, vem trabalhando na reabilitação do animal, batizado de Omar, até que ele possa ser devolvido à natureza. Já na fase final do processo, o trabalho está estagnado devido à falta de recursos e à dificuldade de se conseguir patrocínios.

Na época em que foi encontrado, o pequeno Omar tinha apenas três meses de idade. Hoje, aos seis anos, o animal já pesa cerca de 150 quilos e mede 2,06 metros de comprimento. Ele está sendo tratado em um semi-cativeiro, em um igarapé localizado dentro de uma propriedade privada em Soure, cedido voluntariamente. "O objetivo é devolver o animal à natureza, só que existe todo um trabalho de reabilitação para que ele atinja as condições necessárias à sobrevivência", explica a bióloga e presidente do IBD, Renata Emin.

Os cuidados diários necessários para o processo de reabilitação de Omar até sua soltura geram custos altos. A espécie é intolerante a lactose, e o animal precisa ser alimentado diariamente com leite especial e suplementos vitamínicos. Antes de ser solto na natureza, Omar precisa aprender a lidar com a mudança da maré. Como ele se alimenta em áreas mais rasas da costa, caso não haja esse treinamento, ele pode acabar ficando encalhado. Para isso, será necessário transferi-lo para um semi-cativeiro natural.

image Hoje, aos seis anos, Omar já pesa cerca de 150 quilos e mede 2,06 metros de comprimento (Rodrigo Baleia - Divulgação)

Agora, o grande desafio dos pesquisadores do IBD é transferir Omar para esse novo local, onde ele possa se preparar para finalmente ser reintroduzido ao seu habitat natural. O animal será monitorado via satélite através de um dispositivo que emite a sua localização em tempo real. "Isso gera um custo alto, e é onde a gente estancou. Nesse momento, nós paramos o trabalho porque estamos em busca desse recurso para finalizar a última fase da reabilitação pro Omar poder ser solto", revelou Renata.

Para reunir recursos e dar continuidade ao trabalho, o Instituto Bicho D'água está vendendo uma série de produtos sustentáveis, como canudos reutilizáveis, camisas, copos e escovas feitas a partir de bambu. Quem quiser adquirir um dos produtos e ajudar na causa pode acessar a loja virtual, através do site ou dos perfis do instituto no Instagram e Facebook. O instituto também aceita doações. Para mais informações, entre em contato pelo número (91) 98226-5005.

image Pesquisadores e voluntários do Instituto Bicho D'água realizam viagens de campo para estudar a conservação da fauna costeira (Rodrigo Baleia - Divulgação)

Sobre o IBD

O Instituto Bicho D'água é uma Organização Não Governamental (ONG) que desde 2006 atua na convervação da fauna costeira paraense, com ênfase na ilha de Marajó. O IBD desenvolve estudos sobre mamíferos aquáticos representativos do litoral amazônico, como o boto-cinza, o peixe-boi-da-Amazônia e o peixe-boi-marinho, além de outras espécies, como as cinco tartarugas-marinhas que ocorrem no Brasil. O trabalho visa subsidiar a elaboração de estudos científicos e medidas técnicas para a conservação das espécies.

Criado em 2013 por pesquisadores do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Amazônia (GEMAM), o IBD atua em parceria com órgãos governamentais e do terceiro setor, como IBAMA, ICMBio, IDEFLOR-Bio, SEMMAS, UFPA, MPEG, FIOCRUZ, UERGS, UNISINOS, Instituto Araguaia, AERAJ e AMPAC. Os trabalhos realizados permitem que os resultados dos projetos executados sejam encaminhados como medidas para a conservação das espécies e os ambientes em que estão inseridas.

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