ONG ‘Corações que Adotam’, de Castanhal, ajuda pais na adoção de crianças
O grupo realiza reuniões mensais onde é explicado, além do passo a passo para adoção, como também são relatadas as dificuldades que os futuros pais podem ter durante o processo
Tudo começou em 2018 com o casal José Silva e Rafaela Lopes que estava em busca do tão desejado filho. Quando iniciaram o processo de adoção na Vara da Infância e Juventude em Castanhal, os futuros pais começaram a frequentar a ONG Renascer em Belém.
“Eu perguntei ao Juiz o motivo de não ter um grupo em Castanhal e ele falou que era uma iniciativa da sociedade civil e foi então que eu, meu esposo e mais três casais iniciamos o grupo ‘Corações que Adotam’. E que mesmo depois de já termos o nosso sonho realizado continuamos no grupo que hoje é uma ONG, ajudando aos pais e as crianças”, explicou a Rafaela Lopes.
A Corações que Adotam realiza reuniões mensais onde é explicado, além do passo a passo para adoção, como também são relatadas as dificuldades que os futuros pais podem ter durante o processo. Para a pedagoga Leide Laura Silva, que entrou no grupo em 2019, a primeira reunião com grupo ajuda muito na decisão.
“Já tivemos o caso de um casal que após saber como é realmente o caminho que será percorrido, desistiu. Os dois estavam com uma expectativa e após as ministrações perceberam que não era o que estavam buscando”, disse.
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A principal ideia dos casais ainda é de que irão conseguir adotar bebês recém nascidos, pele clara e do sexo feminino, como explica José Silva.
“Então eles chegam com esse ideia e não é a realidade das crianças que estão disponíveis para a adoção. E por isso que é muito importante ter a consciência e a certeza do que se está querendo que é ser pai e mãe. Então esse é um dos principais objetivos do nosso grupo que é explicar e desmistificar essa ideia que é bem distante da realidade”, observou.
Desde que o Corações que Adotam foi criado, cinco casais que participam da Ong conseguiram adotar seus filhos, Renata e José é um deles. Em julho de 2018 chegou o Gustavo com três anos de idade. “Quando a gente preencheu a ficha do castro colocamos que queríamos uma criança de 0 a nove anos e por isso não ficamos nem um dia na fila de espera. O pro cesso todo durou nove meses”, disse.
O encontro
“Quando olhamos para ele e ele para nós foi amor a primeira vista. Ele veio logo conversando e eu e minha esposa nos olhamos e dissemos é ele o nosso filho”, relembrou emocionado.
Antes do casal o conhecer, três outros tinham manifestado interesse, mas depois desistiram.
“Ele passou por três abandonos. Os casais anteriores chegaram a passar pela fase da aproximação que é quando tem uma interação maior com a criança até mesmo fora do abrigo quando o casal pode levar a criança para passear. Mas ele tinha que ser nosso filho. E é por isso que a decisão tem que ser algo que vem do coração mesmo para que não cause mais traumas a uma criança já passou pelo abandono da família biológica”, explicou o pai do Gustavo.
Reuniões
As reuniões do Corações que Adotam são realizadas mensalmente e são avisadas na página do Instagram @coraçõesqueadotam.
“Somos uma rede de apoio e ficamos juntos até mesmo após a adoção. Trocamos as nossas experiências e dessa forma ajudamos uns aos outros”, observou Rafaela Lopes.
Processo
O processo de adoção é gratuito e deve ser iniciado na Vara de Infância e Juventude mais próxima de sua residência. A idade mínima para se habilitar à adoção é 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida.
Nas comarcas em que o novo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento tenha sido implementado, é possível realizar um pré-cadastro com a qualificação completa, dados familiares e perfil da criança ou do adolescente desejado.
Mais informações acesse https://www.cnj.jus.br