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Números de acidentes envolvendo motocicletas diminuem no Pará, mas dados ainda são preocupantes

A Resolução 943/22 do Contran estabelece que a inspeção periódica dos veículos é uma boa forma de evitar sinistros e melhorar a qualidade do trânsito

Camila Azevedo
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Os registros de acidentes envolvendo motocicletas diminuíram no Pará: os números para 2021 apontam que foram 14.037 casos em todo o estado, 3.199 a menos que o ano anterior, conforme dados do Departamento de Trânsito do Pará (Detran). O não uso de capacete e a ultrapassagem irregular estão entre as principais causas desses eventos, somando 60% do total. Já em Belém, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) contabilizou 1.799 sinistros com motos entre janeiro e outubro de 2021. Ainda não há um levantamento para 2022 de ambas as entidades. É pensando em continuar com a redução dessas quantidades que os condutores devem cumprir o artigo 139-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), regulamentado pela Resolução 943/22 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige requisitos mínimos de segurança, como a inspeção periódica.

No Brasil, cerca de 54% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS) são de pessoas acidentadas com motos. A Federação Nacional de Inspeção Veicular (Fenive) afirma que a falta de fiscalização sobre a manutenção correta desses veículos é uma das grandes causadoras do tanto de registros, não havendo o cumprimento correto da lei para averiguar com frequência a situação em que as motocicletas estão. 

Os especialistas consideram que uma série de fatores está envolvida nas ocorrências que envolvam motos, entre elas, a falta da regulamentação de uma vestimenta adequada para diminuir os impactos. Rafael Cristo, especialista em trânsito, explica que desde a criação do CTB, em 1997, o artigo 244, inciso 1º ainda não foi aprovado. “A resolução trata de itens de segurança e é fundamental para prevenir colisões, mas existem outros fatores, têm normas que até hoje não foram regulamentadas. Se foca muito no motorista, no veículo, na prevenção, nos equipamentos, mas não se tem uma vestimenta”, destaca.

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A falta de respeito com as sinalizações da via ao conduzir também se incluem entre os motivos de maior incidência de acidentes, junto com a falsa ideia de que a agilidade do veículo não exige atenção. “O condutor geralmente não obedece o posicionamento da via e anda entre as faixas de trânsito, em cima da linha divisória. É um procedimento arriscado e que gera muitas colisões. Eles têm que andar como veículos normais. A moto é ágil, mas tem que obedecer as regras de circulação e conduta, têm que se adequar às regras ”, diz Rafael. 

A consciência de que realizar manutenção periódica é um bom caminho para desviar de acidentes tem sido rotineira na vida do mototaxista Arnaldo Junior, de 40 anos. Ele trabalha na categoria desde 2006 em um ponto fixo na avenida Pedro Miranda, bairro da Pedreira, e afirma que sempre oferece o capacete aos clientes como uma forma de garantir a segurança de todos, mas nem sempre o item é aceito. “Bateu a cabeça, já era. Sempre ofereço, tento ir na delicadeza porque a gente é responsável por uma vida, eu faço minha parte, a maioria não gosta, principalmente quando o destino final é por perto”, conta o autônomo. 

Foi depois de sofrer três acidentes que os cuidados no dia a dia do trânsito foram intensificados. Com isso, o trabalhador não perde tempo e logo nos primeiros sinais de algo errado com o veículo já faz a revisão. “Sei da resolução, faço uma vistoria periódica, vejo pneu, óleo, troco tudo, tem que ficar tudo em dia. Quando esse kit começa a dar um estalo, já sei que é preciso trocar”, ressalta Arnaldo. 

O servidor público Eriton Silva, de 38 anos, se encaixa também entre os que não dispensam os equipamentos necessários para manter a segurança quando conduz. Atento a sinalização, ele recomenda o uso do capacete a todos que dá carona. “Sempre é necessário usar o material correto, no caso, o capacete. Como meu veículo é moto, a sinalização também é importante… Prestar atenção ao semáforo, essas coisas. Sempre que estou com alguma carona, eu levo com capacete. É tudo regulamentado, licenciado e em dia”, assegura. 

Educação

O Detran tem realizado ações de incentivo e educação com o trânsito no interior do Pará, nos municípios de Pacajá, São Miguel do Guamá, Itaituba e Santarém. Os Cursos Especializados de Formação para Mototaxistas e Condutores de Veículos de Transporte de Emergência são obrigatórios para quem deseja exercer a profissão. 

São instruções de ética, legislação e atualização, com aulas práticas e segurança dos passageiros. O curso é obrigatório para ser realizado e atualizado a cada cinco anos, seguindo a Resolução Nº 410 do Cotran.

Os cursos, ministrados por técnicos, têm como objetivo principal habilitar os condutores para exercerem a profissão de forma responsável e segura.

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