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No Pará, ato nacional pela educação amplia reivindicação às queimadas na Amazônia e no Pantanal

Os manifestantes buscavam informar e sensibilizar a população sobre a importância da defesa desses temas na sociedade

Cleide Magalhães

A educação, que terá o corte de cerca de R$ 4 bilhões em 2021 já anunciado pelo Governo Federal, é a principal bandeira de luta no Ato Nacional de Mobilização pela Educação, que ocorre em diversas cidades brasileiras nesta quarta-feira (23). Porém, no Pará, o movimento ampliou a pauta e, além da educação, ela abrange as queimadas na Amazônia e no Pantanal, e os serviços públicos. Em Belém, capital do Estado, o ato foi unificado ocorreu pela manhã, e reuniu estudantes, professores, políticos e demais cidadãos na Escadinha do Cais do Porto, no bairro da Campina.

De lá, acompanhados por uma bike som, os manifestantes caminharam até a Praça dos Estivadores, o Complexo do Ver-o-Peso e Ministério Público do Estado do Pará, na Cidade Velha. Pelo caminho, mesmo com dificuldades devido o contexto da pandemia da covid-19, eles buscavam informar e sensibilizar a população, por meio de panfletos, sobre a importância da defesa desses temas na sociedade.

“Esses eixos da nossa mobilização são muito importantes e estamos aqui para dar o recado à comunidade sobre a importância da defesa pela educação, que sofre um desmonte e ataques pelo Governo Federal, com a redução de verbas, e precisamos ecoar a reivindicação da nomeação dos reitores da nossa universidade. Para além disso, mostrar a importância de defendermos as queimadas na Amazônia e no Pantanal, pois precisamos defender a natureza e o ar que respiramos. Outro ataque envolve a reforma administrativa do Bolsonaro, que vai atingir diretamente todos os servidores públicos. Então, o ato se concentra com muita luta e sede de justiça social”, afirma Tel Guajajara, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPA e da Associação dos Povos Indígenas Estudantis na UFPA.

Para Willian Mota, assessor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifes), o corte de mais de R$ 4 bilhões anunciado pelo Governo Federal à pasta da educação vai impactar de forma negativa na qualidade do ensino, na pesquisa e extensão nas universidades brasileiras.

“A situação das universidades federais já é caótica por conta da falta de recursos e com esse corte é possível que não se chegue no fim do ano letivo de 2021, por exemplo. A política para a Amazônia e Pantanal são importantes porque dizem respeito à vida no planeta. A luta contra a reforma administrativa também é fundamental, uma vez que o governo quer acabar com a estabilidade, as carreiras, enfim, é um duro golpe no serviço público. As manifestações são importantes porque elas pressionam os governos a reverem suas decisões e é uma forma de alertar a sociedade sobre os problemas colocado e que precisamos mobilizar e ajudar a conscientizar as pessoas”, enfatiza Mota.

O diretor-geral da Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa), professor Gilberto Marques, destaca que as universidades e a educação pública têm sofrido diversos ataques, nos últimos anos.

“O ataque à democracia, com a nomeação de reitores e diretores não escolhidos pela comunidade acadêmica. Ataque à autonomia, previsto no artigo 207 da Constituição Federal. E, mais especificamente, aos cortes de verbas. Então, estamos aqui com cuidado de não fazermos grande aglomeração, mas para chama atenção da sociedade à importância da universidade e necessidade do investimento público na educação. Além da defesa da Amazônia, que está sendo literalmente dilapidada pelos latifundiários, grileiros e pelo governo”, critica o diretor-geral da Adufpa, que realizou o ato unificado com o DCE da UFPA e Sindtifes.

 

Ato reivindica nomeação em respeito à lista tríplice

Na última terça-feira (22), o movimento de estudantes, professores e servidores da UFPA esteve no hall da Reitoria da Universidade Federal do Pará (UFPA), no Guamá, para reivindicar a nomeação (como reitor) do professor Emmanuel Tourinho pela Presidência da República.

O mandato de Tourinho à frente da instituição encerrou na última terça (22). Tourinho faz parte da lista tríplice e foi escolhido pela maioria dos estudantes, professores e servidores para continuar como reitor na universidade, com 88,6% dos votos.

Na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (23) não havia nomeação da Presidência da República para reitor da UFPA. Segundo a UFPA, o professor Emmanuel Tourinho não é mais reitor da instituição. “O reitor da UFPA em exercício, até dia 10 de outubro, é o professor Gilmar Silva, vice reitor da UFPA”, informa a universidade.

O resultado da votação feita em reunião virtual do Conselho Universitário (Consun), dia 14 de julho de 2020, trouxe a lista tríplice composta pelos professores Emmanuel Zagury Tourinho e Gilmar Pereira da Silva (1º lugar, com 84 votos), Zélia Amador de Deus e Edmar Tavares da Costa (2º lugar, com 11 votos) e Doriedson do Socorro Rodrigues e Marcos Monteiro Diniz (3º lugar, com 9 votos). O candidato a reitor Marcelo Rassy Teixeira e a candidata à vice-reitora Márcia Maria Bragança Lopes, também inscritos, receberam 2 votos e ficaram em quarto lugar na votação. Não houve abstenções. 

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