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Mulheres utilizam produtos da natureza para confeccionar joias e garantir sustento da família

Visando garantir a valorização do trabalho desenvolvido por artesãs de Parauapebas, no sudeste do Pará, mulheres criaram o projeto “Preciosidades da Amazônia”.

Hilda Barros

Uma tendência que chama a atenção do mundo fashion é a moda sustentável. As biojoias fazem parte de um universo que vem cada vez mais ganhando espaço no mercado. Com a crescente necessidade de conscientização ambiental, as marcas passam a investir em novas estratégias e lógicas de produção.

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Visando garantir a valorização do trabalho desenvolvido por artesãs de Parauapebas, sudeste do Pará, o projeto batizado por “Preciosidades da Amazônia”, também tem o objetivo ganhar o mundo por meio de peças que utilizam a matéria-prima vinda direto da natureza, e nas mãos das artesãs ganha forma e cor e se transforma em acessórios ricos em sustentabilidade.

Investem em matéria-prima da natureza para fazer as biojoias, um produto sustentável. As peças são produzidas com folhas, sementes, capim dourado e pedras naturais. As sementes passam por um processo de eliminação de fungos e parasitas, a matéria-prima é extraída direto da natureza, por se tratar de uma região rica em biodiversidade, todo material está logo ali pertinho das artesãs que realizam o trabalho de formiguinha em busca das sementes, desde a mais simples, como a do açaí até as mais raras, um trabalho realizado sempre preservando e respeitando o ecossistema. Os produtos são separados e preparados para receber todo o tratamento antes de se transformar em joias.

Mas além de acessórios confeccionados de sementes e caroços extraídos da natureza, cada peça produzida traz com ela uma história e experiência de vida, já que as peças são confeccionadas por mulheres que trazem com elas o sonho da independência financeira.

Os produtos expostos no quiosque “Preciosidades da Amazônia” são produzidos por mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social no município, elas participam do curso de biojoias para então conseguirem renda por meio das vendas das peças. É por meio da iniciativa que o projeto visa garantir o resgate de mulheres, fazendo com que elas se apaixonem pela profissão e deem continuidade ao trabalho desenvolvido pelo instituto, tarefa que Maria Saraiva, presidente, define como nada fácil, devido a diversas situações vividas pela maioria das  mulheres. 

O curso tem mudado para a melhor a vida de mulheres que, antes, não viam sentido na vida e se julgavam improdutivas, com baixa autoestima. Isso porque muitas delas foram vítimas de violência doméstica e que agora, com a produção de biojoias, estão diante de um novo horizonte. “Para garantir uma profissão elas precisam querer e entender que a natureza está aí à nossa disposição. Mas em meio a nossa força de vontade temos o desafio de tirar essas mulheres da vulnerabilidade social, tirá-las da ociosidade de dentro de casa”, frisou Sandra Saraiva.

Para incentivar e impulsionar o negócio por meio da venda do produto, as “Preciosidades da Amazônia” ganharam um lugar especial para ofertar os produtos.

O projeto, coordenado pelo Instituto, já beneficiou cerca de 120 mulheres de Parauapebas, com os cursos de biojoias que incentivam o empreendedorismo feminino. A artesã Sandra Brasil reforça a importância do resgate da autoestima das alunas com a valorização do conhecimento e incentivo de negócio. Só no quiosque “Preciosidades da Amazônia” estão expostos os trabalhos confeccionados por cerca de 10 artesãs que após participarem do curso colocaram em prática o que aprenderam e, hoje, são beneficiadas financeiramente com a venda das peças.

“O trabalho desenvolvido pelas artesãs vem mostrar a nossa cultura através das sementes e o artesanato local e, acima de tudo, valorizar a mão de obra feminina que é o primordial para a gente”, pontuou Sandra.

O quiosque “Preciosidades da Amazônia” fica localizado na entrada da Floresta Nacional de Carajás. Para mais informações ou adquisição de peças basta entrar em contato pelo (94) 9 8413 - 1422 ou pelo Instagram: preciosa_amazonia.

Pará