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Mulheres privadas de liberdade participam de desfile de moda na UsiPaz Icuí-Guajará

Iniciativa integra ação pelo mês das mães desenvolvida pela Fundação ParáPaz

O Liberal

Somos um grupo de mulheres que aprendeu a usar a arte, o artesanato e a moda como forma de ressignificação de vida". Esse depoimento é de Cleudiane Santos, uma das 11 custodiadas integrantes da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), que participaram do desfile de moda, nesta quarta-feira (31), na Usina da Paz Icuí-Guajará

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O desfile das custodiadas da Coostafe, coordenado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), fez parte da programação especial "Mãe Inclusão”, dedicada às mulheres mães e seus filhos em situação de vulnerabilidade. A ação foi desenvolvida pelo projeto “Entre Elas”, coordenado pela Fundação ParáPaz, e disponibilizou serviços de cidadania e assistência para a população, além de atividades recreativas.

“Participamos da ação com duas frentes de trabalho. Um foi o desfile de moda das custodiadas e também garantimos um espaço para a venda de produtos de artesanato produzidos por elas na Coostafe. Garantimos um olhar diferenciado para as custodiadas e familiares. Nosso objetivo é fortalecer o acesso a políticas públicas do Estado, tornando a reinserção um processo mais sólido”, explica Manuela Cavalléro, titular da Coordenadoria de Assistência ao Egresso e Família da Seap. 

As roupas do desfile fazem parte da Coleção "Salve Mãe Natureza". Os modelos foram pensados e criados por 30 custodiadas e construídos com processos de pintura, tingimento no tecido, crochê, bordados e, resgatando as técnicas manuais de costura e práticas artesanais, agregando a moda sustentável. A coleção foi orientada pelo estilista Hélio Alvarez, com produção pela designer de moda Renata Carvalho, servidores da Seap e com apoio logístico da Diretoria de Reinserção Social.

Para Cleudiane Santos a cooperativa abre um universo de possibilidades: "Cada uma com a sua habilidade, seja no bordado, na costura ou no crochê, unidas por um único propósito: mostrar para sociedade que mesmo diante de toda a dor que é estar privada de liberdade, nós estamos sendo resilientes". "Usamos nossa força e nosso protagonismo como uma forma de se reinventar na preparação de sermos reinseridas na sociedade. É uma segurando a mão da outra. Erramos no passado e hoje estamos procurando fazer novas escolhas para mudar nossas vidas e das nossas famílias”, completou ela.

Já a sobrinha da Nilce Silva, uma das custodiadas que desfilou, Raysa Santos ficou emocionada durante a programação. “Para mim é muito especial esse momento, porque faz três anos que eu não via a minha tia. Saber que ela está realmente vivendo essa reinserção, que ela está bem, com saúde e tendo a oportunidade de mudar de vida, a partir das iniciativas do Governo do Estado, deixa o nosso coração cheio de alegria. Ela é uma mulher incrível que falhou e todos nós erramos na vida. Daqui para frente vai ser tudo diferente”, diz. 

O gerente de produção da Seap e tutor da Coostafe, Gerson Santos, explica que entre os principais objetivos da cooperativa, estão: fortalecer o empoderamento, garantir qualificação profissional e desenvolver o espírito empreendedor dessas mulheres.

Somos a 1° cooperativa social de trabalho do Brasil composta por mulheres privadas de liberdade. A partir da produção delas, elas conseguem obter renda. É um grande case do programa de reinserção social da Seap, que disponibiliza profissionais da área técnica que atuam e apoiam as custodiadas com mentoria, consultoria e tutoria. Buscamos viabilizar parcerias como essa para que elas possam estar presente no mercado e fortaleçam o acesso a políticas públicas do Estado”, assegura.  

A ação do projeto "Entre Elas" promoveu atividades integradas dos seguintes órgãos: Defensoria Pública, Cohab, Credcidadão, Alepa, Detran, Seap, ITEC (UFPA), Seaster, Sespa, Polícia Civil, Ministério Público e Seabre.

Pará