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'Massacre de Eldorado dos Carajás' completa 27 anos nesta segunda-feira; relembre

Data tem agenda de mobilizações no Pará e no Brasil

O Liberal

Nesta segunda-feira, 17, completa 27 anos de um evento que ficou marcado na história do Estado como 'Massacre de Eldorado dos Carajás' - ocasião em que 21 camponeses foram mortos após acamparem, em forma de protesto, na 'Curva do S', trecho da BR-155 em Eldorado do Carajás, sudeste do Pará. O objetivo era marchar até a capital Belém e conseguir a desapropriação da fazenda Macaxeira, ocupada por 3,5 mil famílias sem-terra.

O protesto do grupo reunia cerca de 1.500 pessoas e havia começado no dia 10 de abril. Estando já no seu 7º dia, a Polícia Militar, com 155 agentes, interviu como forma de parar a marcha que, segundo informações, estaria obstruindo a rodovia BR-155, à época PA-150, que liga a capital do estado Belém ao sul do paraense. Após o confronto, 19 pessoas morreram no local e outras 2 no hospital, após tentativa de socorro médico.

O episódio se deu no governo de Almir Gabriel, o então governador. A ordem para a ação policial partiu do Secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara. Segundo o legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos, pelo menos 10 sem-terra foram executados a queima roupa. Sete lavradores foram mortos por instrumentos cortantes, como foices e facões.

Nesta segunda-feira, 17, a Prefeitura de Belém usou as redes sociais para lembrar o evento e prestar "solidariedade e respeito às famílias e amigos das vítimas do Massacre". Além disso, a prefeitura também menciona o MST: "tem todo nosso apoio e parceria para a produção de uma agricultura sustentável e de segurança alimentar para nossa população".


  

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Nesta segunda-feira, dia 17 de abril, ações simultâneas realizadas Brasil afora vão lembrar o fatídico Massacre de Eldorado do Carajás. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), haverá mobilizações, marchas, vigílias e ocupações de terra em todos os estados em memória e justiça pela ação violenta que marca a data. Neste ano, o lema da jornada é “Contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”. Em todo o país, as ações têm como objetivo denunciar a concentração de terra nas mãos de poucos, os latifúndios improdutivos e as áreas do agronegócio que descumprem a função social da terra, cometendo crimes trabalhistas e ambientais.

Em liminar, a Justiça Federal já determinou, desde domingo, 16, que a rodovia BR-155, em Eldorado dos Carajás, no Pará, não poderá ser interditada pelo MST,  sob pena do pagamento de multa estipulada em R$ 100 mil por hora.

No auditório da Unidade I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Campus de Marabá, às 19h, será realizada uma mesa-redonda intitulada “Conflitos na Floresta: linguagens, personagens e suas lutas nas Amazônias”. 

O evento faz parte do encontro organizado em parceria com a Faculdade de Educação do Campo (Fecampo), do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST) e do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD/Amazônia). A conversa tem como objetivo debater algumas das estratégias e expectativas de camponeses, ambientalistas, indígenas, posseiros-agroextrativistas contra agropecuaristas, mineradoras, usinas hidrelétricas e empresas de extração de madeira em contexto amazônico.

As inscrições serão realizadas pelo Sigeventos Unifesspa, até hoje, 16 de abril. Mais informações podem ser obtidas na página do evento.

 

No Paraná

Famílias do MST do Paraná distribuirão, entre segunda (17) e quarta-feira (19), 20 toneladas de alimentos a famílias ameaçadas de despejo em Curitiba. Moradores de ocupações urbanas, entre as quais da comunidade Tiradentes II, ao lado de um lixão na Cidade Industrial, receberão arroz, feijão, mandioca, legumes e frutas. 

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