MENU

BUSCA

Mais de R$ 6 milhões serão investidos em pesquisas voltadas à saúde pública no Pará

A nova edição do Programa Pesquisa para o SUS busca soluções inovadoras para os desafios do sistema de saúde no estado

O Liberal

Mais de R$ 6 milhões serão investidos em pesquisas científicas e tecnológicas voltadas à saúde pública no Pará. Os recursos são provenientes da nova edição do Programa Pesquisa Para o SUS – Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS), lançada na tarde desta quinta-feira (8), na Santa Casa do Pará, pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O edital está disponível para consulta e submissão de propostas no site da Fapespa: https://www.fapespa.pa.gov.br/chamadas/.

O edital, voltado a pesquisadores doutores vinculados a instituições científicas ou de ensino superior sem fins lucrativos, prioriza propostas que dialoguem diretamente com as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. Os eixos temáticos incluem atenção à saúde com equidade e integralidade, gestão do trabalho e educação na saúde, tecnologias e economia em saúde, vigilância de riscos e agravos à saúde, equidade de gênero, raça e etnia, além de especificidades amazônicas.

Durante a cerimônia de lançamento, representantes das instituições parceiras e diversos pesquisadores participaram do debate sobre as expectativas e diretrizes da chamada pública. “Essa iniciativa da Fapespa em parceria com o CNPq, Ministério da Saúde e Sespa busca promover e incentivar a busca por soluções a problemas relacionados à saúde no Pará. Além de aproximar o sistema de saúde com a ciência, tecnologia e inovação do nosso estado”, afirmou Carina Melo, coordenadora de Ciência e Tecnologia da Diretoria Científica da Fapespa.

A chamada n°006/2025 prevê o financiamento de propostas com potencial de aplicação prática na atenção básica, especializada ou hospitalar do SUS. Os projetos serão avaliados com base em critérios técnicos, relevância social e viabilidade de implementação.

Para a secretária executiva da Sespa e coordenadora de Educação em Saúde, Taise Santos, o edital representa um avanço significativo. “Esse é um momento muito importante, principalmente porque foi um processo construído de forma coletiva e que visa atender as necessidades dos usuários, as necessidades do território, aquilo que nós precisamos trabalhar, e a gente precisa avançar nesse processo, para fortalecer os trabalhadores da saúde​", defendeu.

O PPSUS já capacitou aproximadamente 1.700 profissionais em todo o país ao longo de sete edições. No Pará, já foram realizadas quatro edições, com aporte financeiro estadual representando quase metade do total investido. A coordenadora de fomento à pesquisa em saúde do Ministério da Saúde, Denise Lins, comemorou a nova etapa​. "É uma alegria fazer parte desse lançamento, junto às instituições parceiras e aos pesquisadores. O PPSUS tem essa característica, de olhar para os problemas da saúde, para as particularidades do estado, fazendo essa ponte, entre a academia, a gestão e os serviços, promovendo novas ideias para melhorar a saúde da população com base em evidências científicas​", explicou.

Valéria Santos, coordenadora do programa de pós-graduação em gestão e saúde da Amazônia, da Fundação S​anta Casa, também expressou entusiasmo com a oportunidade. “A gente, enquanto programa de pós-graduação, pretende submeter projetos, para alavancar a ciência, a exemplo de propostas voltadas à saúde de indígenas e quilombolas, e fortalecimento de tecnologias em saúde, buscando trazer bastante benefícios para a população, especialmente do SUS. Então, o objetivo é desenvolver produtos para a sociedade, voltados para solucionar problemas, aproximando a ciência, a pesquisa, às situações encontradas no dia a dia, do nosso SUS, da saúde como um todo​", declarou.

A pesquisadora em saúde pública Eliana Silva também pretende participar: ​"Esse edital da Fapespa é, sem dúvidas, muito importante para o nosso estado, uma vez que irá ajudar a desenvolver pesquisas de ponta no nosso estado. Eu mesma pretendo submeter um projeto de pesquisa que irá estudar os agentes causais envolvidos no processo de aborto espontâneo, atendidos aqui no Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará​", falou.

Para o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, o modelo adotado pelo PPSUS pode inspirar políticas de ciência e tecnologia em outras regiões do país. “Esse edital deve ser seguido como um modelo para o desenvolvimento de ciência e tecnologia no Brasil e fora. Nós fazemos com que esse programa nacional atenda as linhas de pesquisa conforme as carências de cada estado brasileiro. São R$ 6 milhões de reais de pesquisas para o SUS, numa parceria da Fapespa, da Sespa, do Ministério da Saúde, do CNPQ​", detalhou.

Pará