Mais de 3 mil quelônios são devolvidos à natureza, em Oriximiná

Soltura é realizada há quatro décadas como parte de projeto que estimula a conservação da biodiversidade

O Liberal
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O Programa Quelônios do Rio Trombetas (PQT) soltou 3 mil filhotes de tracajás na praia Paulino, localizada no Lago Erepecu, comunidade Nova Esperança, município de Oriximiná, oeste do Pará. A área faz parte da Reserva Biológica do Rio Trombetas, que em mais de 40 anos já recebeu aproximadamente 5 milhões de filhotes, entre tracajás, pitiús e tartarugas-da-amazônia, por meio da iniciativa de conservação da biodiversidade. 

Coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o programa tem parceria com o Instituto Ipê e comunitários voluntários. “É um momento de celebração, no qual promovemos a sensibilização junto aos moradores locais e comemoramos as atividades que realizamos durante o ano todo. É uma troca de saberes, que ganha uma nova característica de sustentabilidade e de construção de um mundo melhor”, destaca Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da empresa. 

Segundo o Chefe do Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do ICMBio, Paulo Varalda, a parceria entre o poder público, iniciativa privada e os comunitários tem sido fundamental para o processo de conservação ambiental. “Se fizermos uma analogia com um tripé, temos ICMBio, a MRN e os quilombolas. Nosso desafio é constante. Com a aprovação do termo de compromisso com as comunidades do Alto Trombetas 2 precisa agora de ordenamento, cuidado e atenção. A cooperação mútua desses três entes é fundamental”, garante.

Conscientização e voluntariado

O trabalho para soltura dos quelônios começa ainda no mês de agosto, com a mobilização das equipes voluntárias. A eclosão dos ovos ocorre entre os meses de novembro e janeiro. Um cuidado que se divide entre os agentes ambientais do ICMBio e os comunitários voluntários. “Após a eclosão, as solturas são feitas gradativa e estrategicamente, promovendo a sensibilização das comunidades e do público que acompanham o trabalho. Depois desse processo, os quelônios têm três meses de adaptação ao novo ambiente”, explica Daiane Santos, bióloga e agente ambiental do ICMBio.

A aposentada Dulcinéia Barbosa, de 67 anos, está entre os mais de 100 voluntários responsáveis pela coleta dos ninhos e registro da postura dos quelônios. Desde 2003, a moradora da comunidade Último Quilombo acompanha de perto a eclosão e a guarda dos filhotes. “Nós brigamos e lutamos porque tem uma geração que está vindo por aí, bisnetos, netos, que precisam dessa natureza. Quando nós chegamos aqui, eles já estavam e, como não preservaram, está se acabando. Mas estamos aqui somando forças para cuidar deles”, conta.

Manoel Raimundo, agente ambiental do ICMBio, da comunidade Tapagem, há 14 anos contribui com o processo de conservação dos quelônios. O quilombola conta que o sentimento de pertencimento dos moradores também está no cuidado com a natureza. “Esse é um momento importante porque também significa cuidar de vidas. Estamos cuidando para que não se acabe. Significa preservar o futuro das próximas gerações”, destaca.

Aprendizados

Só no ano passado, 80 mil filhotes de tracajás, pitiús e tartarugas-da-Amazônia foram devolvidos à natureza. A soltura foi restrita apenas aos agentes, em virtude da pandemia de Covid-19. Este ano, a força-tarefa abriu para participação do público e reuniu, aproximadamente, 400 pessoas. Oportunidade para o jovem escoteiro Samuel Pantoja, que acompanhou o evento pela primeira vez. “Foi uma experiência positiva. Tem um artigo na Lei Escoteira que diz que somos amigos das plantas e dos animais, então isso é importante para nossa aprendizagem. Precisamos preservar a natureza ao máximo”, afirma.

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