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Hemopa implementa coronavírus nos critérios de triagem para doação de sangue, a partir desta sexta

A iniciativa atende à Norma Técnica da Anvisa. Vale para todo o país e mantém dengue, chikungunya e zika

Cleide Magalhães

O novo coronavírus, o covid-19, foi incluído nos critérios de triagem para doação de sangue pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde. A análise – que já avalia a presença dos vírus da dengue, chikungunya e zika – também vai verificar a presença de outras variações de coronavírus, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).

A inclusão consta na nota técnica nº 5/2020, estabelecida pela Anvisa e publicada recentemente. No Pará, o protocolo para atender à nota técnica já está pronto pela Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Fundação Hemopa). E, a partir desta sexta-feira (6), ações educativas e preventivas aos servidores e candidatos à doação de sangue passam a ser intensificadas nas unidades da Fundação Hemopa.

“O Hemopa já teve acesso ao documento e montou o protocolo. A nota técnica dá liberdade de ter consonância com os nossos critérios de doação, que são também do Ministério da Saúde. O que muda são alguns períodos de inaptidão, pois para algumas doenças aumentaram esse período. Em relação ao coronavírus os protocolos foram elaborados ao candidato à doação, pacientes e servidores. A iniciativa à elaboração dos protocolos no Hempoa é conjunta envolvendo o Serviço de Atendimento de Saúde do Servidor e a Comissão de Biossegurança, e o projeto de Sala de Espera”, afirma a enfermeira Luciana Leal, gerente de Triagem Clínica de Doadores do Hemopa.

As ações ocorrem por meio do projeto de Sala de Espera, que conta com também com palestras ministradas pelos médicos residentes no Hemopa. “O projeto vai conversar com os doadores e pacientes nas unidades do Hemopa. Vamos recepcionar os candidatos com álcool gel e disponibilizar máscara para os funcionários e o público que estiverem com sintomas respiratórios, logo na recepção”, explica Leal.

Além de orientar que, para ajudar no combate das doenças, como o coronavírus, é primordial higienizar as mãos, evitar os locais onde as doenças estão mapeadas e a higiene respiratória (ao tossir, espirrar e falar).

Algumas mudanças


Segundo a gerente do Hemopa, a Fundação já atende a uma portaria do Ministério da Saúde, a da Lei do Sangue, que regula os períodos de recusas de aptidão e inaptidão dessas doenças. E a Nota Técnica nº 5/2020 traz algumas mudanças em relação a elas.

A inaptidão para doar, em relação ao coronavírus, envolve pessoas que se deslocaram para áreas de casos autóctones, ou sendo localidades nacionais ou internacionais. Elas ficam 30 dias de recusa. Além de candidatos à doação que tiveram contatos com pessoas com diagnóstico clínico ou laboratorial.

Outra situação envolve candidatos com diagnóstico clínico positivo fechado para o coronavírus. Eles ficam 90 dias sem poder doar. E candidatos que tiveram contato com casos suspeitos ou em avaliação ficam 30 dias sem poder doar sangue. 

“Mas vamos monitorar o candidato que vem com sintomas gripais, de resfriado comum até sete dias. Se ficar assintomático após sete dias, pode doar. Mas o candidato que teve, até 14 dias, sintomas de gripe, síndrome gripal mais prolongada, fraqueza constante, diarreia ele precisa comunicar ao Hemopa, até 14 dias após a doação, pois pode ser um caso enquadrado em uma dessas patologias que estamos controlando mais”, orienta Luciana Leal.

Impacto


A inclusão do novo coronavírus, o covid-19, nos critérios de triagem para doação de sangue deve ajudar a impactar na taxa de inaptidão do Hemopa, que hoje está em 22% ao mês.

“Vamos ter com certeza impacto no número de doações de candidatos aptos à doação. A taxa de inaptidão está em 22% ao mês e deve ter acréscimo. De janeiro a fevereiro deste ano, esteve em 22% por conta do aumento das chuvas, das viroses e de pessoas que fizeram vacina do sarampo, que não podem doar até 30 dias depois. Isso leva à diminuição do nosso banco”, explica.

“Não temos ainda casos confirmados no Pará, mas o coronavírus deve também impactar em relação a todos os sintomas gripais, porque para as gripes comuns o tempo é de sete dias. Mas, caso seja suspeita para o covi-2019, são 30 dias. E com diagnóstico clínico positivo fechado para o coronavírus ficam 90 dias sem poder doar”, continua a enfermeira Luciana Leal, gerente de Triagem Clínica de Doadores do Hemopa.

Mas, para tentar equilibrar o estoque do banco de doações, a gerente ressalta que o Hemopa já conta com estratégias, como a realização de campanhas internas e externas de doação sobre como o candidato tem que ir ao Hemopa: sem apresentar sintomas e bem de saúde. Além de ações de parcerias nas campanhas de vacinação com a Secretaria de Estado de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde. O Hemopa abastece hospitais em todo o Pará e precisa, no mínimo, de 5.000 bolsas de sangue por mês.

Quem pode doar sangue?


Pode doar sangue quem estiver bem de saúde, ter acima de 18 anos (caso seja menor, ir acompanhado pelo responsável); ter boa noite de sono; não estar fazendo uso de antibióticos e medicações controladas; ter tido repouso e boa alimentação; não precisa estar em jejum, mas bem alimentado; levar documento com fotografia.

Informações sobre locais e horários para doações de sangue e outras, ligue para o Hemopa: (91) 3110 6500.

Pará