Fortes chuvas continuam em Santarém; mais de 100 famílias estão desalojadas; vídeo
Muitos bairros foram afetados pelas chuvas no município e algumas famílias continuam tendo que lidar com a situação
Muitos bairros foram afetados pelas chuvas no município e algumas famílias continuam tendo que lidar com a situação
O período chuvoso continua afetando famílias na região oeste do Pará. Em Santarém, pelo menos 102 grupos familiares estão desalojados em decorrência das fortes chuvas. O nível do rio Tapajós já está 6 centímetros acima das duas maiores cheias registradas no ano de 2009 e 2021.
Muitos bairros foram afetados pelas chuvas no município e algumas famílias continuam tendo que lidar com a situação. Dona Maria Graciete, que mora na Rua Angelim, vive um drama na casa onde vive toda vez que chove. "Aqui quando chove todo tempo alaga minha casa, qualquer chuvinha que dá logo alaga. Está sem condições de ficar aqui. O meu quintal está tomado pela água. Já perdi móveis, minha geladeira já virou aí dentro. É preciso ligar uma bomba para que a água de dentro de casa seque, fica todo tempo feio assim”, relatou.
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Dona Maria Francisca, mora no bairro Santarenzinho, conta que também sofre os impactos das águas das chuvas. Ela e mais sete pessoas vivem na residência e já estão há um mês vivendo com o alagamento dentro dos cômodos. "A gente está precisando viver nessas condições aqui, sete pessoas em dois cômodos da casa, porque as outras partes da casa estão inundadas. Nem para o banheiro a gente está conseguindo acesso. Eu tava pensando em desistir daqui, mas eu não tenho pra onde ir. Eu chamei a Defesa Civil, ela veio e só fez inspeção, falou que ia pedir para Seminfra para jogar terra aí, a gente precisa aterrar o quintal, para poder a água sair para a rua”, falou desesperada.
A mulher conta ainda que estão dormindo em colchões no chão e que já perdeu a conta dos móveis danificados pela invasão da água. A geladeira foi o último item que a dona de casa perdeu para a chuva.
Essa realidade é vivida por várias famílias que precisam conviver com o medo e em noites de chuvas ficam em alerta.
"Alaga tudo, fogão de ficam de 'bubuia', botijão, louças, fica tudo dentro d'água. Tem dias que amanhece com a água na altura da rede. Móveis precisaram ser levantados, mas às vezes nem adianta. Quando chove, ninguém consegue dormir”, relatou a moradora Adelina Araújo.
A nossa redação de jornalismo solicitou um posicionamento da Defesa Civil do município para falar sobre a situação dessas famílias, mas até a publicação desta reportagem não tivemos resposta.
Na manhã desta terça-feira (5), o boletim da Defesa Civil apontou que o Rio Tapajós atingiu a marca de 7,56cm. Essa quantidade deixa os órgãos municipais em alerta, pois ao fazer um comparativo os anos de 2021 e 2009, que foram as maiores cheias, a marca atual já ultrapassou em 6 centímetros. De acordo com a defesa civil, a maior cheia do Rio Tapajós ocorreu em 2009, quando o rio alcançou a marca de 8,31m, no final do mês de maio.
A medição do Tapajós é feita pela Agência Nacional das Águas (ANA) através da régua instalada no Porto da Companhia Docas do Pará (CPP) no município.