Farmácia da Ufopa vai iniciar produção de fitoterápicos para tratar a saúde mental

A alternativa pode ser usada, dependendo do estágio do paciente, como tratamento de primeira escolha

Ândria Almeida
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A Farmácia Universitária da Ufopa (FarmaUfopa)  deve iniciar neste mês de agosto a produção de medicamentos fitoterápicos como opção terapêutica para tratar a saúde mental. A iniciativa faz parte da parceria entre o Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Cáritas da Arquidiocese de Santarém e a Congregação das Irmãs Franciscanas de Maristella.

A produção será feita por meio de um acordo de cooperação com a Arquidiocese de Santarém, onde foram destinados 15.000 euros advindos da Missionszentrale der Fransizkaner – em Bonn, Alemanha, para a execução do projeto, que deve durar até 2023. 

De acordo com a FarmaUfopa, a motivação para o projeto surgiu da observação dos impactos na saúde mental durante a pandemia de covid-19 nas comunidades de Santarém em situação de vulnerabilidade social que são atendidas pela Arquidiocese.

image Mudas de maracujá (Passiflora spp) que serão utilizadas como base do fitomedicamento. ()

A licença sanitária municipal necessária para a manipulação de medicamentos, reconhecida dentro do modelo de Farmácia Viva, previsto pela Resolução RDC nº. 18, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi obtida em julho deste ano pela FarmaUfopa.

Fitoterápico para tratar ansiedade e insônia 

Segundo o Isco, a iniciativa integra um projeto de produção de fitoterápicos derivados de uma espécie de maracujá (Passiflora spp) para o tratamento de ansiedade e insônia leve junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). A escolha da planta se deve ao fato de já existirem estudos científicos que comprovam o uso para alívio desses sintomas, conforme informações da FarmaUfopa.

Agora, os pesquisadores do Isco buscaram viabilizar a produção de fitomedicamentos a partir do maracujá, que também é mais acessível e possui menos efeitos colaterais que os medicamentos convencionais. 

Indicações 

De acordo com os pesquisadores do projeto, a alternativa pode ser usada, dependendo do estágio do paciente, como tratamento de primeira escolha, antes do uso desses psicoativos.

Primeira etapa de produção 

Na primeira etapa, a meta dos pesquisadores é produzir mil frascos, com 60 cápsulas cada, a partir do extrato seco de Passiflora, que já foi adquirido. A ideia é utilizar a planta cultivada em comunidades ribeirinhas de Santarém, que deve ser colhida a partir de dezembro deste ano. 

Cultivo de 1.350 mudas para atender o projeto 

Quase 1 hectare de mudas já foi plantado nas comunidades de Surucuá e Parauá, localizadas na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, totalizando até o momento 1.350 mudas que devem atender ao projeto. O cultivo foi feito por meio de parcerias com a Cooperativa Agroextrativista de Surucuá e com a Escola Frei Marcos, localizada na comunidade de Parauá, o cultivo deve atender à FarmaUfopa, que receberá as folhas para serem utilizadas nos fitomedicamentos. 

image Plantio de mudas na comunidade de Parauá. ()

Já os frutos serão comercializados pelos agricultores com o  apoio de um docente do curso de Agronomia e de um aluno de graduação, vinculados ao Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef).

Fabricação 

As folhas da planta de maracujá vão passar pelo processo de transformação de planta medicinal em droga vegetal, o que envolve várias etapas, como secagem, limpeza, esterilização, cominuição (moagem) e tamisação (peneiramento) para manipulação dos medicamentos. A produção passará por controle de qualidade de acordo com o estabelecido pela Farmacopéia Brasileira.

Dispensação

 A dispensação, ato privativo do farmacêutico, para que haja a devida prescrição é realizado em parceria com o sistema de saúde do município de Santarém e deverá contar com a devida dispensação aos usuários por meio de acompanhamento dos profissionais farmacêuticos residentes que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBS), conforme informações dos pesquisadores.

A meta inicialmente do projeto é atender às comunidades do Tiningu, na região do Planalto; São Pedro e Arapixuna, no Arapiuns; Surucuá e Parauá, no Tapajós; e Juá, Floresta e Amparo, na área urbana.

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