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Avanço da vacinação contra covid-19 gera expectativa da proteção de crianças

Estudos tentam viabilizar campanhas de imunização para menores de 12 anos, mas imunizantes ainda não têm

Eduardo Rocha
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Ao passo que as campanhas de vacinação contra covid-19 avançam no Brasil e no mundo, com estados estabelecendo metas de imunizar toda a população com 18 anos ou mais, uma pergunta surgiu para quem tem crianças na família: e quando os pequenos vão se vacinar? Bem, essa resposta ainda carece de mais estudo e, parte disso, se deve ao fato de que, por muito tempo, se dizia que crianças e pré-adolescentes tinham menor risco de adoecimento e os casos graves eram mais raros. Só que as novas variantes vêm mudando esse cenário.

"Nenhuma vacina [contra covid-19] existe para menores de 12 anos como liberada, mas provavelmente nos próximos meses nós teremos essa informação, porque já existem estudos para isso. Na China a CoronaVac está autorizada para uso emergencial a partir dos três anos de idade", observa o infectologista Lourival Marsola. Em Belém, ele monitora a imunização contra covid-19 nas cidades brasileiras e aguarda pelo avanço do processo de vacinação de cidadãos e cidadãs nas diversas faixas etárias.

No Brasil, o Instituto Butantan produz a CoronaVac, o que gera a perspectiva de que em pouco tempo as crianças e adolescentes nas cidades brasileiras possam receber a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 (causador da covid-19). A informação de que esse público infantojuvenil está no radar da imunização contra a atual pandemia traz alento a muitos pais e responsáveis.
 

Estudos clínicos apontam boas perspectivas 

Para que a China anunciasse, no começo deste mês, o uso da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes entre três e 17 anos de idade, foram muitos estudos. O estudo clínico em menores de idade indicou que, depois da vacinação, o grupo nessa faixa etária mostrou-se tão seguro quanto o de 18 anos.

"Esse público nessa faixa de 12 anos em diante, com comorbidades, como asma grave, cardiopatias e doenças renais crônicas, deveria ser prioridade para receber vacina", salienta Lourival Marsola. 

Casos de covid-19, entre crianças e adolescentes, aumentaram neste ano - diferentemente do cenário em 2020, quando esse grupo era tido como de menor contágio. As pesquisas para se definir um imunizante para esse público seguem.

A escrevente de cartório Aida Quintairos, 35 anos, não vê a hora de vacinar seus três filhos: um menino de 7 anos, uma menina de 2 anos e uma menina de 1 ano. Ela e os pequenos tiveram covid-19. "Eu estou ansiosa para que a vacinação chegue para todos eles. A vacinação vem para nos prevenirmos, inclusive, contra as novas cepas do vírus, porque a gente nunca sabe o que pode ocorrer", comenta. Os dois filhos mais crescidos estão tendo aulas presenciais, o que a preocupa. O marido, o bancário Marcelo Chimoka, tem a comorbidade de asma grave e já foi vacinado.

Outra família à espera da vacina é a da jovem Giovanna, de 16 anos de idade, filha de Crhisley Pompeu, moradoras de Ananindeua."Eu quero me vacinar, é claro. É para eu ficar protegida contra o vírus; vacinada eu não vou ficar tão exposta a ele", afirma a jovem, que não deixa de usar sempre álcool em gel, máscaras (leva duas quando sai de casa) e evitar aglomeração de pessoas. A adolescente acabou de sair de férias, após ter aulas no sistema híbrido. "Eu me preocupo mais que ela. Eu estou contando os dias para que a minha filha possa ser vacinada. A vacina é para todos", enfatiza. Como profissional da saúde, ela já tomou as duas doses da vacina.


Variantes são iguais para todos, diz infectologista

Sobre as variantes do coronavírus, o infectologista afirma que nada aponta que exista diferença entre os riscos para casos da doença em crianças e adolescentes e em adultos. Ou seja: os cuidados contra o coronavírus devem ser observados por todos os cidadãos e cidadãs, independentemente de idade.

Enquanto a vacinação de crianças e adolescentes com menos ou mais de 12 anos de idade não se concretiza no Brasil, a estratégia é não abrir a guarda contra o vírus. Por isso, Lourival Marsola reforça que os pais e responsáveis por esse público infantojuvenil devem manter e insistir junto aos pequenos o uso de máscara, higienização das mãos e manutenção do distanciamento social como prevenção à covid-19. 

E esses cuidados deverão ser mantidos, em particular, durante as férias escolares em julho, para as quais muitas famílias na Grande Belém já se preparam para viajar, a fim de aproveitar as áreas de praias do Pará.


Experiência em Betim aumenta expectativa para vacinação de crianças e pré-adolescentes

A expectativa pela vacinação de meninos e meninas aumentou ainda mais esta semana, quando a Cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), iniciou a vacinação de estudantes de 12 a 14 anos de idade contra a covid-19, na quarta-feira (16). Essa vacinação somente se deu mediante a chegada da vacina da Pfizer, com autorização para ser aplicada em crianças acima de 12 anos. Porém, a decisão contrariou o Plano Nacional de Imunização (PNI) e acabou suspensa.  

A prioridade do Ministério da Saúde, neste momento, é vacinar todos os grupos minoritários já definidos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 - e atingir com imunizantes toda a população com 18 anos ou mais. 

A vacinação da faixa de 12 anos está em discussão na esfera federal. Segundo a Prefeitura de Betim, a alteração do PNI só ocorreu porque os demais grupos prioritários já haviam sido atendidos.

Ainda no dia 11 deste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da Pfizer em crianças com 12 anos de idade ou mais no Brasil. Essa ampliação da faixa etária se deu em virtude de o laboratório ter feito estudos indicando a segurança e eficácia do imunizante para esse grupo. Até então, o imunizante estava autorizado para pessoas com 16 anos de idade ou mais. É única no País com indicação para menores de 18 anos.

O Ministério da Saúde chegou a divulgar nota, na ocasião, sobre essa vacinação específica: "O Ministério da Saúde informa que a ampliação da vacinação para adolescentes a partir dos 12 anos, com o imunizante da Pfizer, será debatida na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis. A pasta reforça que, neste momento, a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 e imunizar a toda a população acima de 18 anos".

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