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Empreendedora social de Marabá tem história contada em documentário exibido no Festival do Rio

Todo o enredo é pautado nas histórias de mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas e também de grandes centros urbanos brasileiros

Tay Marquioro

O desejo de costurar e criar peças com propósito uniu mulheres do bairro Laranjeira, em Marabá, sudeste do Pará, no Ateliê Chita Chic Inspire. “Começamos em setembro de 2019, mas a ideia surgiu ainda em 2018, quando em uma reunião de planejamento uma colega falou de uma proposta de se fazer roupas de chita para crianças. O problema é que não sabíamos costurar”, lembra aos risos a administradora do projeto, Gilmara Neves, uma das idealizadoras. Graças a um programa de empreendedorismo social, além de aprender a costurar, Gilmara e as demais integrantes do ateliê também aprenderam a gerir o negócio e daí para frente o trabalho só cresceu.

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O longa-metragem documental “Fio do Afeto”, dirigido por Bianca Lenti, é o fruto da união e da perseverança dessas mulheres. A primeira exibição da produção foi na última semana, no Festival do Rio. Todo o enredo é pautado nas histórias de mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas e também de grandes centros urbanos brasileiros com perspectivas e particularidades encontradas para superar os desafios impostos pela covid-19. O longa conta ainda com participações especiais de Zezé Motta e Heloisa Buarque de Hollanda.

“Fio do Afeto” é uma produção da Giros Filmes e retrata a grande colcha de retalhos formada por mulheres brasileiras com experiências e vivências diversas, que empregaram suas habilidades pessoais para contribuir no combate à pandemia de covid-19 por meio da confecção e doação de máscaras de tecido. Os efeitos positivos do fomento do trabalho em rede de colaboração entre as mulheres também é uma perspectiva presente em toda a produção, com resultados em frentes como geração de renda, proteção das famílias, combate à violência doméstica, autocuidado e saúde mental.

“Foi incrível ver até aonde a nossa voz pode ser ouvida. Tem uma fala minha que está no filme na qual ressalto que ‘a revolução que o mundo precisa vai acontecer através das mulheres’. E na abertura do festival, Heloisa Buarque de Hollanda disse que a essa transformação já está acontecendo! Estamos na 4ª onda do feminismo, que traz uma nova realidade, pois ele abraça a todas, conversa com mulheres de todas as tribos numa onda de coletividade e impacto positivo”, comemora Gilmara. “Começamos sem saber costurar e agora já estamos nos aproximando do lançamento da nossa quarta coleção de roupas em chita. É realmente uma vitória para todas as mulheres que estão nesta empreitada conosco”, finaliza.

Pará