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Santarém: projeto cuida de peixes-boi órfãos para devolvê-los à natureza; vídeo

Mais de cem filhotes foram recebidos pelo Projeto Peixe-Boi do Zoounama, em parceria com órgãos ambientais do município

Ândria Almeida

Em 14 anos, o Projeto Peixe-boi da ZOOUNAMA realiza o trabalho de reabilitação de peixes-boi órfãos que são resgatados por órgãos ambientais do município de Santarém, no oeste do Pará. O projeto já recebeu mais de cem filhotes resgatados.

O resgate desses animais está cada vez mais comum, isso porque a pesca predatória tem aumentado o índice de morte dos peixes-boi; o crime ambiental acontece principalmente na captura dos mamíferos adultos, que são de grande porte. O resultado disso é o aumento de filhotes órfãos e que por consequência ficam à mercê de serem resgatados ou de acabarem morrendo por não terem condições de se manterem sozinhos.

Espécie ameaçada

De acordo com o veterinário, o peixe-boi é uma das espécies mais caçadas na região Norte, nos registros históricos datam desde o período da borracha, diante do tempo em que esse crime ocorre existe o perigo de extinção.

A caça do peixe-boi é ilegal no Brasil, no entanto, mesmo assim algumas comunidades usam do animal como fonte de alimentação e para outros fins diversos, como por exemplo, confecção de lamparinas, utilização da banha para culinária do dia a dia.

Sobre os cuidados recebidos no Projeto Peixe-Boi

Os filhotes se alimentam apenas de leite até os dois anos. Diante da falta da mãe, eles precisam receber uma mistura de leite em pó sem lactose, suplemento vitamínico e óleo. Esse óleo simula a substância que deveria sair da mãe.

Após esta idade, o capim é inserido na alimentação dos mamíferos, que são preparados para a segunda fase do projeto, que é a soltura na comunidade de Igarapé do Costa, às margens do Rio Amazonas.

Importância do peixe-boi para o ecossistema Amazônico

A presença do peixe-boi no ecossistema da Amazônia é de suma importância pois o animal controla a população de plantas aquáticas. O animal adulto come até 14% do seu peso de capins flutuantes. Além do controle do crescimento das plantas, as fezes dele servem como nutrientes para microrganismos que vão alimentar outros animais. Ao se alimentar, o peixe-boi impede que haja o crescimento excessivo de matéria orgânica, o que pode ocasionar a mortandade de algas e animais.

“Não é por acaso que em margens de rios e igarapés amazônicos as plantas aquáticas se concentram em maior quantidade”, destaca o veterinário, Jairo Moura.

Sobre o projeto peixe-boi

O projeto é uma instituição sem fins lucrativos que tem por intuito básico acolher animais, tratar e posteriormente fazer a soltura dos que estiverem aptos. O biólogo enfatiza que as pessoas não podem simplesmente fazer a doação desses animais, pois deve se seguir um protocolo.

Filhote de peixe-boi é resgatado de rede de pesca no Rio Amazonas, em Santarém
O animal foi encontrado por comunitários na Região do Urucurituba.

“Existe um regulamento próprio para isso, a pessoa que porventura encontrou um animal silvestre ao redor da casa onde mora deve acionar os órgãos ambientais”, destacou. O projeto conta com 10 piscinas para receber os filhotes. No momento, 41 animais passam pelo processo de reabilitação. Sendo 29 em piscinas e 12 no Igarapé do Costa.

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