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Em Santarém, primeiro dia sem uso obrigatório de máscara em locais fechados divide opiniões

A decisão foi divulgada nesta terça-feira (5) por meio de um novo decreto municipal

Andria Almeida

A população de Santarém, no oeste paraense, já pode circular sem máscara em locais fechados. A liberação consta de um decreto municipal publicado na última terça-feira (5), que suspende o uso obrigatório da proteção facial em qualquer ambiente, exceto em unidades de saúde. Desde o dia 17 de março a utilização das máscaras já era facultada em locais abertos no município. O primeiro dia em que a nova decisão passou a vigorar dividiu opiniões entre os moradores.

A vendedora Franciele Almeida falou que vai continuar usando o item de proteção. “Eu não me sinto totalmente segura para não usar mais máscara, vou continuar usando, por mais que esteja liberado”.

Marcele Noronha relata que já viveu o drama de ter um ente acometido pela covid-19 e diz que também pretende continuar usando a proteção. “Para quem quer sair da máscara é bom, mas, eu vou continuar usando porque tenho dois idosos em casa. Minha mãe teve covid e quase morreu, não é fácil”, contou.

Já dona Maria Margarida ainda não tinha conhecimento do decreto, mas, ficou feliz em saber da medida. “Eu ainda não sabia desse decreto, porque se eu soubesse certamente não estaria mais usando essa máscara. O sorriso da gente fica escondido com ela”, observou.

Denise Fonseca já deixou de usar a máscara. Para ela, o momento já permite essa flexibilização. “Eu não me vejo usando máscara por tanto tempo, eu acredito que hoje em dia a covid está matando menos gente que outras doenças. Como ela não vai mesmo sumir, pois é uma doença endêmica, vamos ter que conviver com ela e com as vacinas. Mas, não tem como o ser humano conviver com as máscaras para sempre”, relatou.

Algumas pessoas comemoraram a desobrigação do uso do acessório, porém, declararam que em algumas situações, como no transporte público, pretendem manter a prática como forma de se prevenir da contaminação pelo coronavírus.

“Como eu ando de ônibus eu me sinto mais segura com o uso da máscara; É muita gente e o ônibus anda lotado, então eu me sinto mais segura. Mas em lugares abertos eu prefiro não usar. Confesso que dei graças a Deus quando saiu esse decreto, porque a máscara dá muita falta de ar e eu me sinto desconfortável”, declarou a vendedora Diociene Pedroso.

Especialista alerta para os cuidados

Para a infectologista Cirley Lobato, a medida foi adotada de acordo com o cenário epidemiológico informado. No entanto, ela ressalta que isso não quer dizer que o vírus saiu de circulação. “Ele continua infectando, mas, como o quadro apresentado por quem está com a vacinação em dia é mais leve, as pessoas não procuram mais as unidades de saúde e, por consequência, não fazem mais o exame confirmatório. Com isso, ficamos sem saber a real situação dos números de casos”, alertou.

Sobre a publicação do decreto a infectologista levantou alguns questionamentos. “Medida certa? Medida errada, precipitada? Só o tempo vai mostrar. Eu espero e torço para que os números de casos não aumentem e que novas variantes não surjam”, disse.

A especialista reforça que a proteção contra a doença está nas mãos da população, que deve procurar completar o esquema vacinal. Outra orientação é para que as pessoas com maior predisposição para fazer quadro grave, como idosos e pacientes com comorbidades, devem continuar com as medidas preventivas para mitigar o vírus, como evitar aglomerações, manter o distanciamento social, lavar suas mãos com água e sabão ou álcool em gel e manter o uso de máscara em locais de maior concentração de pessoas.

“A responsabilidade está nas nossas mãos. Aquelas que não tem comorbidades, mas se sentem inseguras, recomendo que continuem usando máscara. A vida é preciosa e você pode fazer dela um acessório a seu favor”, disse.

Pará