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Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é comemorado nesta quinta-feira (16)

Essas mudanças são alterações no clima do planeta; isso significa que as populações vão lidar com eventos climáticos cada vez mais frequentes

Dilson Pimentel

Mudanças climáticas são alterações no clima do planeta e isso pode ser traduzido como mudanças nas temperaturas médias do planeta terra. Isso afeta diferentes lugares, e de diferentes formas. Mas, na prática, vai afetar os humanos, a fauna e a flora. Todos os seres vivos, enfim.

“Isso significa que a gente vai lidar com secas mais graves, com eventos extremos climáticos cada vez mais frequentes. Tudo isso que a gente tem visto de alagamentos e deslizamentos, que são consequências desses eventos extremos climáticos e vão acontecer com cada vez mais frequência também”, disse Flávia Martinelli, especialista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, em entrevista à Redação Integrada de O Liberal.

O WWF é uma organização não-governamental brasileira e sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual trajetória de degradação ambiental e promover um futuro mais justo e saudável para todos, no qual sociedade e natureza vivam em harmonia. O Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é comemorado nesta quinta-feira (16).

Ela disse que isso afeta o dia a dia das pessoas e a locomoção pelas cidades. “Mas, principalmente, vai afetar as pessoas mais pobres, as populações mais vulneráveis. Mas vai afetar todos nós também”, afirmou.

Os sinais das mudanças climáticas têm sido sentidos em vários países. O mais óbvio são os derretimentos das geleiras, nos hemisférios norte e sul. Mas há outros sinais, inclusive, afetando muitas populações, como, por exemplo, o aumento do nível do mar que já tem inundado algumas ilhas do oceano, especialmente perto da Oceania. “Tem um país inteiro, que se chama Kiribati (um país da Oceania), que já tem realocado suas populações para outros países, porque já tem sido inundado. São ilhas pequenas”, disse.

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Verões, na Europa, estão cada vez mais quentes

Outros lugares vêm sofrendo com secas mais frequentes, e onde a temperatura tem subido mais. “A cada ano, os verões, na Europa, estão mais quentes. São sinais de que as mudanças climáticas já são reais que vamos lidar com elas com cada vez mais frequência ano a ano”, afirmou Flávia Martinelli.

Em nível global, algumas iniciativas têm sido feitas. Uma delas é a Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas, realizada todo ano. É quando os países se reúnem para poder discutir o que precisa ser feito.

Os países se comprometem a realizar ações que ajudem a evitar que as mudanças climáticas se tornem cada vez mais graves. Há diferentes estratégias pensadas, que são acordadas nesses espaços das conferências internacionais.

Mas, individualmente, os países também criam planos nacionais de adaptação. “Países que sabem que vão ser afetados ou que já estão sendo afetados criam estratégias nacionais que permitam que eles consigam lidar com esses eventos extremos e as consequências das mudanças climáticas em nível nacional”, disse.

Há diferentes formas de reduzir a emissão desses gases na atmosfera, diz WWF

Pode, por exemplo, adaptar populações que vivem em encostas e tentar criar mecanismos que evitem deslizamentos no futuro ou adaptar cidades costeiras para evitar que o aumente do nível do mar afete essas pessoas que moram perto da praia. Além desses planos nacionais de adaptação, também existem as metas onde os países tentam reduzir suas emissões de carbono.

As mudanças climáticas existem porque têm sido emitidos muitos gases de efeito estufa, um dos quais é o gás carbônico. Há diferentes formas de reduzir a emissão desses gases na atmosfera. Não só de evitar que essas emissões sejam feitas, mas também ter mecanismos onde esse gás carbônico é capturado. Uma dessas formas é plantar árvores nativas, fazer a restauração de vegetação nativa”, disse.

Flávia Martinelli explicou que tudo isso também contribui para ajudar a reduzir a emissão de gás carbônico e gases estufa na atmosfera. “Tudo isso tem sido olhado em nível global por esses países, principalmente nesses espaços das conferências internacionais. Mas, infelizmente, esses comprometimentos ainda são muito pequenos. Não são tão ambiciosos como deveriam ser diante do cenário que a gente tem atualmente. A gente está muito longe ainda de conseguir tomar todas as ações necessárias para evitar um futuro com menos tragédias, um futuro mais seguro para todas as pessoas do mundo”.

Cooperação da Juventude Amazônida lança Agenda com propostas para mitigar a crise climática

A Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (Cojovem) e o Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes (CUCA da UNE) anunciam o lançamento, no dia 17 deste mês, da Agenda norteadora para construção de políticas públicas, projetos e programas para mitigar os impactos da crise climática nas juventudes e acelerar o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Estado do Pará.

A Agenda emergiu de um processo participativo que contou com mais de 30 instituições de juventudes representantes de povos ribeirinhos, quilombolas, indígenas e demais juventudes da Amazônia urbana em contexto de enfrentamento das problemáticas socioeconômicas e ambientais das juventudes do agora.

O processo é fruto do Programa A Maré tá Pras Juventudes, da Cojovem, que já contou com 872 ações de mobilização pelos territórios paraenses, 40 atrações culturais em prol das Amazônias, 7.298 pessoas impactadas com ações presenciais do Programa e a democratização de 6.579 materiais informativos distribuídos em ações ao longo de 35 territórios paraenses.

Documento é fruto do “Projeto Rebujo da Maré”

O documento é fruto do “Projeto Rebujo da Maré”, dentro do “Programa A Maré tá pras Juventudes”, o qual perpassou por pesquisas quali-quantitativas sobre oportunidades e desafios para a participação cidadã das juventudes no Pará, análise das políticas públicas do Estado dos anos 2000 até 2022, uma série de entrevistas com instituições de juventudes, jovens lideranças, duas secretarias do Governo e uma imersão com mais de 30 jovens lideranças do Pará inteiro para criar a Agenda.

O livro será lançado em um bloco de rua, na UFPA, no dia 17 de março de 2023, organizado pelo CUCA da UNE com apoio da Cojovem. O evento contará com coleta de assinaturas para apoiar a Agenda que busca ampliar e fortalecer os direitos das juventudes no Estado do Pará frente ao contexto de vulnerabilidade climática, em que se encontram diversas juventudes paraenses, além de atrações culturais que prometem agitar o bloco e fomentar o tradicional espaço de cultura do Vadião.

O documento tem como objetivo buscar oportunidades para promover territórios mais resilientes e sustentáveis que incluem as juventudes como sujeitos de direito para a construção de territórios em prol de ambientes de direito e de legalidade que buscam fortalecer a socioeconomia e promover uma recuperação sustentável através da cooperação multissetorial pós-Covid-19.

Até o presente momento a Amazônia Legal conta com o maior contingente de juventudes do Brasil e não possui uma Estratégia para mitigar os impactos climáticos nessas populações. Para quiser cooperar assinando a petição de apoio à Agenda de juventudes: https://cojovem.com/agendajuventudes/ 

Para acompanhar mais o trabalho da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável, acesse o perfil da ONG no Instagram (@cojovem.br) e o site cojovem.com.

Pará