Dia Mundial do Câncer: cânceres de mama, pele e colo de útero registram maior incidência no Pará

INCA prevê que neste ano o câncer deverá registrar aproximadamente 600 mil novos casos no Brasil

Fabyo Cruz
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O Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado nesta sexta-feira (4/2), é uma iniciativa global que, além do objetivo de aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, serve para influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle da enfermidade. No Pará, os três tipos de casos mais comuns, considerando os três últimos anos, são: câncer de mama com 1.826 casos, seguido de câncer de pele com 1.480 casos e câncer de colo de útero com 1.415 casos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).

Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê que o câncer deverá registrar aproximadamente 600 mil novos casos neste ano, sendo 295.200 em homens e 300.800 em mulheres, no Brasil. A doença não é transmissível e tem como características aspectos comportamental, ambiental e genômica, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Luís Eduardo Werneck. “Temos maiores índices de casos de câncer de pulmão porque as pessoas estão fumando mais, principalmente as mulheres, devido a diversos fatores ligados ao estresse e obrigações, entre eles, a dupla jornada de trabalho. Isso é um fator comportamental”, exemplifica o especialista.

O médico afirma que o comportamento nocivo pode provocar, em 2040, o surgimento do dobro do atual número de casos de câncer no pulmão. Em relação aos cânceres ligados a vírus, como por exemplo, o vírus do HPV, diretamente ligados ao câncer de colo de útero e ao câncer de boca, o vice-presidente da SBC alerta que eles devem mais do que duplicar nos próximos 20 anos. “Cada vez mais homens e mulheres iniciam a vida sexual de forma precoce e desprotegida. No Pará, por exemplo, há casos de meninas de 10 anos grávidas em algumas regiões, um completo absurdo, que influencia no aumento do número de casos”, afirmou.

Luís Werneck prevê, a partir de estudos da área, que no próximo ano o câncer ultrapasse as doenças cardiovasculares, tornando-se a primeira causa de morte por patologias no mundo. Outro alerta feito pelo especialista refere-se ao possível número de mortes pela doença no Brasil em 2023: “No ano seguinte devemos ter um pouco mais de 700 mil casos de câncer, ou seja, é um número maior do que as mortes por covid-19 já registradas. É um número muito preocupante e requer atenção das autoridades”.  

Quais são as principais causas  do câncer?

Determinados fatores da dieta, como ingestão de alimentos processados e gordurosos, obesidade, sedentarismo, tabagismo e uso abusivo de álcool são responsáveis por aproximadamente 30% dos cânceres em países desenvolvidos. “Nós estamos comendo mais e pior. A qualidade dos alimentos que ingerimos é muito pior do que a nossa geração precedente ingeria. Nós não nos alimentamos com o alface da horta dos nossos avós, por exemplo. Hoje nos alimentamos de alface industrializada, comidas refinadas mais focadas em carboidratos e açúcares, que incidem no aumento das doenças de câncer de estômago e intestino”, afirmou o médico.      

Saiba como se prevenir contra doença

Questões como prevenção e detecção precoce se tornam primordiais, principalmente quando se considera que cerca de 85% dos cânceres são considerados potencialmente evitáveis. “Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) evidenciam que uma dieta balanceada, desde a infância, à base de frutas, legumes e grãos integrais, por exemplo, pode prevenir metade das mortes por doenças cardiovasculares e 1/3 das causas por câncer”, diz o médico.

Veja quais serão os tipos de câncer com maior incidência no Brasil  

O INCA aponta que, depois do câncer de pele não melanoma (177 mil casos novos), os mais incidentes serão os de mama e de próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). Separados por sexo, os tipos mais frequentes nos homens, excluindo-se pele não melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, também sem contar o não melanoma, os mais incidentes serão os de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireóide (5,4%).

Tratamentos disponíveis no Pará

De acordo com a Sespa, foram  ampliados e disponibilizados 40 Serviços de Referência para Diagnóstico e Tratamento de Câncer de colo de útero e mama nas 13 regiões de saúde do Estado: Hospital Regional Abelardo Santos, Hospital Ophir Loyola, Policlínica Metropolitana, Fundação Santa Casa e Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil e Adolescente (Belém); e nos Hospitais Regionais: Público do Marajó (Breves); Público Materno-Infantil de Barcarena; Baixo Tocantins Santa Rosa (Abaetetuba), Público do Leste do Pará (Paragominas); Baixo Amazonas (Santarém), Público da Transamazônica (Altamira); Público do Araguaia, (Redenção), Público dos Caetés (Capanema), Regional de Tucuruí e Hospital Geral de Tailândia, conceição do Araguaia. A referência para os homens é o Hospital Abelardo Santos para cânceres de próstata e pênis e a Policlínica Metropolitana para cânceres de estômago, cólon e reto.

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