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Dia Mundial da Senha: saiba como criar chaves de acesso fortes e se manter seguro

Datas de nascimento, número de telefone, CPF e sequências numéricas são os códigos mais utilizados, entretanto especialistas afirmam que tais chaves são vulneráveis, ou seja, facilitam ataques de cibercriminosos

Fabyo Cruz

Talvez você não saiba, mas na primeira quinta-feira de maio é celebrado anualmente o Dia Mundial da Senha. A data tem como objetivo conscientizar usuários de serviços online sobre a necessidade de atentar-se para o fortalecimento das senhas, tendo em vista o aumento de ataques cibernéticos e golpes na web. Datas de nascimento, número de telefone, CPF e sequências numéricas são os códigos mais utilizados, entretanto especialistas afirmam que tais chaves são vulneráveis, ou seja, facilitam ataques de cibercriminosos.

O analista de redes e segurança Eudes Mendonça, professor de tecnologia da informação da Faculdade Estácio, afirma que essas chaves tornam-se vulneráveis, sobretudo por estarem expostas nas redes sociais dos usuários. “Essas informações, como número de telefone ou datas de nascimento, apesar de serem básicas e fáceis de decorar, trazem muita vulnerabilidade. Até a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) recomenda que essas informações não devem ser publicadas nas redes sociais, Porém muitos ainda utilizam essa sistemática”, disse o especialista.

Eudes Mendonça afirma que senhas com quatro, cinco e até nove caracteres são fáceis de serem quebradas por hackers, ele recomenda que o quantitativo ideal a ser usado são chaves de segurança com 11 caracteres, intercalado entre letras maiúsculas e minúsculas. O educador explica que as senhas podem ser quebradas em dois formatos: wordlist, que é o banco de dados vazados; ou por meio co processamento das placas de vídeo GPUs (Graphics Processing Units).

“O rockyou, por exemplo, é um wordlist que possui 14 milhões de senhas. Se uma chave for compatível com qualquer base de dados vazada, ele consegue quebrar rapidamente essa senha. Se a chave for aleatória, e não estiver em nenhuma base de dados vazada, o GPU pode ser usado. Nesse caso, mudar de senha periodicamente é importante para manter a segurança, pois, por mais que o hacker esteja fazendo o processo para achar a senha, ela já foi trocada”, afirmou o professor.

A periodicidade de troca de senha é recomendada, pelo especialista, dependendo da sensibilidade do sistema. Caso seja muito sensível, é indicado que a chave de segurança seja trocada de mês em mês ou no máximo dois meses. Entretanto, Eudes Mendonça diz que apenas a presença da senha é considerada fraca a nível de critério de segurança, para fortalecer a proteção é aconselhado o uso do múltiplo fator de autenticação. “Hoje não tem como confiar apenas no usuário e senha, é preciso ter o múltiplo fator, ou seja, confirmar um recebimento por SMS, e-mail ou por meio de um link, para tornar o acesso mais difícil a um invasor”, explicou.

 

Conheça dicas simples para gerar ou manter uma senha com segurança reforçada

 

  • Não utilize informações pessoais para gerar senhas: nomes de animais de estimação, datas de nascimento, números de telefone, entre outros, podem ser alvos de cibercriminosos, já que é possível encontrar essas informações em redes sociais ou em vazamentos de dados.
  • Utilize senhas diferentes para cada serviço: ao utilizar senhas distintas, evita-se que mais de um serviço seja comprometido, caso alguma delas seja vazada ou quebrada.
  • Siga uma boa política de senhas: segundo a empresa NordPass, a senha mais utilizada no Brasil, em 2021, continua sendo 123456. Esse tipo de senha leva menos de 1 segundo para ser quebrada. Portanto, as senhas devem ser fortes, com mais de 8 caracteres, sendo eles letras maiúsculas, minúsculas, algarismos e símbolos especiais.
  • Ative a verificação em duas etapas: um segundo fator de autenticação é uma camada de proteção adicional à sua senha. Segundo a Microsoft, 99.9% dos ataques a contas poderiam ter sido evitados simplesmente habilitando um segundo fator de autenticação.
  • Evite salvar senhas no seu navegador: senhas armazenadas em navegadores podem ser capturadas e descriptografadas caso uma pessoa tenha acesso físico à sua máquina. Além disso, determinadas famílias de malware também conseguem realizar essa ação caso uma infecção seja bem-sucedida.
  • Gerencie suas credenciais por meio de cofres de senhas: essas ferramentas utilizam uma criptografia forte para armazenamento das credenciais. Com apenas uma senha mestra você acessa todas as outras, presentes no seu cofre. Soluções gratuitas e pagas estão disponíveis, as mais populares são: 1password, LastPass e KeePassXC.
  • Utilize uma VPN ao se conectar em redes públicas ou desconhecidas: hackers podem interceptar credenciais em redes públicas se tais informações trafegarem através de protocolos inseguros. Caso seja necessário se conectar a uma rede desconhecida, utilize uma Virtual Private Network (VPN) para garantir que seus dados serão trafegados de forma segura.
  • Nunca envie senhas via mensagem ou e-mail: credenciais em texto plano permitem que os hackers ganhem acesso imediato aos seus serviços (sem a necessidade de quebrá-las).
  • Caso você precise compartilhar uma credencial, utilize a função de compartilhar dos cofres de senhas. Essa função envia um link seguro e temporário para o destinatário.
  • Cuidado com sites de phishing: muitos usuários acabam divulgando suas credenciais ao fornecer dados em sites falsos. Portanto, sempre verifique os links que você acessa e se eles utilizam protocolos seguros para transmissão dos dados. Serviços como o PhishTank e Google Safe Browsing permitem verificar se um endereço é malicioso com base nas denúncias de outros usuários.
  • Verifique se suas informações já apareceram em vazamentos de dados: sites como o https://haveibeenpwned.come https://www.dehashed.com permitem que você identifique, a partir do seu e-mail, se seus dados pessoais (incluindo senhas) já apareceram em algum vazamento. Dessa forma, é possível se antecipar e prontamente alterar suas credenciais.

Pará