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Conheça as lendas e estórias que permeiam a memória do povo santareno

Santarém possui muitas estórias; algumas bem conhecidas e de domínio popular

Pe. Sidney Augusto Canto/ Especial para O Liberal

Vamos continuar conhecendo nossas lendas e histórias. Santarém possui muitas. Algumas bem conhecidas e de domínio popular. Outras que vão caindo no esquecimento da nossa fraca memória coletiva. Mas vamos lá...

A lenda da cobra grande do lago do Juá

Do jornal “A Cidade”, publicado na cidade de Santarém, PA, no dia 14 de fevereiro de 1925, retiramos a presente história, sobre a cobra grande que habita o lago do Juá, em Santarém, que é chamada de Mboia. Assim diz o texto: “Perudá, o deus do amor entre os índios, tinha a seu serviço uma cobra-grande: Mboia [sic], cuja incumbência era reconhecer a virgindade das moças indígenas. Essa lendária serpente habitava o Juá, e os selvagens da Amazônia vinham de longínquas aldeias, consulta-la nas suas graves questões de família. Quando alguma menina era suspeita de haver desencaminhado, os pais a levavam ao dito lago, deixando-a só numa ilhota, com os presentes destinados ao nume [sic], retiravam-se para a margem fronteira e começavam a cantar. A serpente vinha, sobre as águas, até avistar a moça; e, ou recebia os presentes se a moça estava efetivamente pura – (e neste caso percorria o lago cantando suavemente, o que fazia adormecer os peixes e dava lugar a que os viajantes fizessem provisão para a viagem), ou, no caso contrário, devorava a moça, dando roncos medonhos”. Muito tempo depois, minha querida Maria Lídia fez sucesso com o “Calundum da Mbóia”, retratando artisticamente esta antiga história dos nossos antepassados tapajoenses.

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O morto e a festa no Tapajós

Esta outra ouvi quando trabalhei nas comunidades do rio Tapajós. Aconteceu há muito tempo atrás, quando só havia cemitério na Vila de Boim. Quando alguém morria nas comunidades da redondeza era levado para ser sepultado naquele campo santo. Aconteceu que, falecido alguém que não tinha família naquela região, os membros da comunidade contrataram dois rapazes para conduzir o defunto até Boim, onde seria sepultado. Era noite. Colocaram o defunto na canoa grande e o cobriram com lençol (não tinham caixão). Ao descer o rio em direção à Vila, viram som de festa ali pelo Nova Vista ou Nuquini. Não tiveram dúvida. Pararam a canoa na praia e foram dançar, beber e conquistar alguma rapariga. Entrementes, um elemento já embriagado desceu para o rio. Vendo a canoa que pensou ser a dos seus amigos, ali chegando, afastou o “parceiro” para o lado, se deitou, cobriu-se com o lençol e dormiu também. Antes do dia amanhecer os dois rapazes voltaram à canoa e começaram a remar em direção de Boim para cumprir seu trabalho. No meio do rio o bêbado, já meio sóbrio, se levanta querendo saber o que houve. Os dois remeiros, sem pestanejar, caíram no rio e nadaram em direção da “beira”. Só então o carona vivo se deu conta que levavam um defunto e caiu ele também no rio e nadou para a praia. No amanhecer do dia, um morto chegava “de bobuia” na Vila de Boim...

 

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