MENU

BUSCA

Conheça a comunidade ribeirinha Anã; beleza que atrai turistas do mundo todo em Santarém

A comunidade é a dica de roteiro para quem quer uma experiência em contato com a flona, flora e as águas doces cristalinas

Ândria Almeida

A comunidade ribeirinha Anã, localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, aproximadamente 600 km da zona urbana do município de Santarém, oeste do Pará, é a dica de roteiro para quem quer uma experiência em contato com a flona, flora e as águas doces cristalinas. 

VEJA MAIS

Anã recebe turistas de todos os lugares do mundo, entre os visitantes que já passaram pelo local está o ator global Bruno Gagliasso no ano de 2018. 

Para chegar à comunidade é possível ir de barco de linha com saída da frente da principal feira da cidade, chamada “Mercadão 2000”. O barco sai todas as terças e sextas-feiras -feira, a partir das 11h. São 4 horas de viagem até o destino. Os barcos de ida e volta estão disponíveis a cada dois dias.

Outra opção de acesso até a comunidade são as lanchas de passeios turísticos, que saem da vila balneária de Alter do Chão; onde nesta opção é possível fazer o tour em um dia, com almoço no redário por R$ 50,00. 

Os visitantes fazem os passeios a pé ou na canoa. As trilhas que ligam os pontos são cobertas por árvores frondosas, a maior parte do trajeto é feito na sombra, sendo margeado pelo Rio Arapiuns. O som da natureza é a trilha sonora durante todo o passeio com canto de pássaros, cigarras, corujas e outros.

Praia da ponta do piquenique

A praia Ponta do Piquenique de areia branca, águas quentes e transparentes é um dos pontos mais visitados pelos turistas. Tem um cenário natural belíssimo e é visitado especialmente por aqueles que querem apreciar o pôr do sol. Para chegar até a praia, os turistas podem ir pelas margens do rio em uma caminhada de aproximadamente 10 minutos, contando a partir do ponto de hospedagem, ou por meio de canoas dentro do lago da comunidade. 

Piscicultura

Uma das rendas financeiras da comunidade é a piscicultura no lago do Anã. O projeto começou no ano de 2000 com a iniciativa dos comunitários e no ano de 2004 ganhou reforço do grupo Mulheres Sonhadoras em Ação (Musas), que deram continuidade às atividades, sendo elas até hoje responsáveis pela criação dos peixes. Para este projeto 11 famílias estão envolvidas.

“São 33 gaiolas, totalizando aproximadamente 28 mil peixes da espécie tambaqui”, disse a jovem de 17 anos de idade, Elizana Amorim, filha de psicultores e iniciante no projeto.

Do total da criação, 20% é destinado a alimentação das famílias que atuam no projeto, o restante é para vendas dentro da própria comunidade, em especial para a hospedaria. 

O lago é um dos atrativos da comunidade. No passeio é possível alimentar os peixes que estão na gaiola. 

Meliponicultura

A meliponicultura gera renda para 20 famílias que trabalham com os 700 enxames de abelhas. O mel é usado na culinária da hospedaria e também é vendido para os turistas em garrafas de 200 ml ao valor de l R$ 20,00 ou por R$ 80,00 o litro.

Odair Biriba é um dos meliponicultores, ele conta que a abelha usada na produção do produto é a Canudo que não possui ferrão. “Temos 3 coletas de setembro a janeiro, é a época das floradas. A produção nesse período varia em cerca de 400 kg de mel, que é totalmente orgânico, pois essa abelha não aceita nenhum tipo de alimento artificial. Ela se alimenta de néctar e pólen da floresta”, explicou.

Nesta parte do passeio, os turistas conhecem os enxames e ainda podem fazer a degustação do mel orgânico. 

Hospedagem no Redário

A comunidade conta com uma única opção de hospedagem aos visitantes, conhecido como redário, com capacidade de 21 redes em um ambiente fechado, com tela de proteção e 15 no redário aberto. 

A hospedagem custa o valor R$ 160,00 a diária, incluindo alimentação com duas opções de proteína, sendo uma delas o peixe da piscicultura capturado na hora, saladas cozidas e cruas, água encanada com banheiro estruturado, energia 24 horas. 

Uma das anfitriãs do redário é a psicultora e agricultora, Maria Odila Duarte. Ela conta que a origem do nome da comunidade vem da lenda Moanã, cujo significado em Tupi-guarani significa ser encantado. “Reza a lenda que o Moanã é uma serpente protetora da natureza. A história passou por gerações e batizou o local, no entanto, os comunitários acharam o nome grande e deram uma abreviada, aí ficou só Anã”, contou.

A culinária da hospedagem é bem regional, com itens produzidos pelos próprios comunitários com a opção de uma piracaia ao pôr do sol, acompanhado da acústica da natureza e a brisa do rio. Além de um café da manhã com pão caseiro, frutas regionais, tapioquinha entre outras delícias.

 

Pará