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Congresso discute implementação do novo formato do ensino médio; educadores falam em desafios

O evento tem como objetivo propor resoluções que possam ser seguidas no enfrentamento de pontos destacados por professores

Camila Azevedo

A implementação da reforma do ensino médio é um dos principais desafios e discussões que estão sendo abordados no XXIII Congresso Estadual dos Trabalhadores (as) em Educação Pública do Pará. O evento, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), teve início na manhã desta quinta-feira (24) e ocorre no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O novo método proposto pelo Ministério da Educação (MEC) tem sido pauta de análise por parte da comunidade escolar por não oferecer uma adequação de qualidade. 

Vanildo Cruz, coordenador geral do Sintepp, explica que, além das dificuldades com a reforma, a valorização da classe também é um ponto a ser pensado. “O novo ensino médio é uma situação que a gente tem vivenciado nos municípios, eles não têm conseguido se adequar ao formato. Muita coisa foi implementada de cima para baixo. Outro ponto é sobre o plano de carreira unificado, temos uma categoria que há bastante tempo vem na luta pelo plano para que possa os reconheçer e os valorizar como trabalhadores e profissionais da educação”, comenta.

O congresso tem o objetivo de propor resoluções que possam ser seguidas no enfrentamento aos pontos destacados pelo Sintepp. Os mais de 1,4 mil participantes do evento - de todas as regiões do estado - estarão ajudando a encontrar soluções. “Dentro dessas resoluções, nós vamos ter nossas estratégias de como vamos estar enfrentando esses pontos e nada melhor do que a própria categoria reunida para poder deliberar sobre isso. Os congressistas que vão nos dar esse norte para que nós possamos aprofundar esses pontos”, afirma Vanildo.

Reforma do ensino médio ainda é confusa, diz Sintepp

A jornada de trabalho dos professores e a situação do currículo do aluno são preocupações em questão no congresso. A falta de compreensão e explicação por parte dos órgãos responsáveis sobre como vai ser a implementação tem gerado dificuldades. “Tem os itinerários formativos que o aluno vai escolher o que ele vai fazer, tem algumas disciplinas que só seriam ofertadas no segundo semestre, tem disciplina que vai ocorrer no primeiro semestre, como é o caso de história, geografia, física e biologia e não seriam ofertadas no segundo semestre. Então, como ficaram esses professores?”, pondera o coordenador.

Vanildo considera que esse processo tem sido bastante superficial: a principal questão é como o professor vai ser encaixado. “Já fizemos alguns seminários relacionados a isso porque ao implementar o novo ensino médio também deve se implementar a jornada de trabalho do professor porque ele trabalha até hoje com carga horária e nós não sabemos como isso vai ficar. Por conta dessa implementação de cima para baixo, as escolas vêm sofrendo. A gente não consegue visualizar isso na prática”, completa Vanildo.

Temas visam a igualdade

Os Grupos de Trabalho estarão debatendo sobre formas de aumentar o protagonismo feminino, negro e LGBTQIA+. “Uma das propostas que a gente vem colocando é a questão da paridade, ou seja, a gente sempre coloca um homem e uma mulher para compor cargos no Sintepp. Tratar desses temas em um GT é de fundamental importância para que a gente consiga superar décadas de preconceito a que a gente é submetido. Então, esse é um ponto importante”, finaliza.

Pará