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Comunidades esperam que o poder público use melhor o Censo

Reunião pública, nesta quarta-feira, apresentou operação do Censo 2020 para lideranças comunitárias e ONGs. A coleta de dados começa em 1º de agosto.

Victor Furtado
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Com as redes sociais digitais e mais comunicação, as comunidades diversas passaram a buscar cada vez mais participação da vida pública. Essa foi uma das grandes mudanças, nos últimos 10 anos, que poderá trazer novidades para o Censo 2020. O trabalho de recenseamento é feito a cada década, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são a pesquisa de perfil populacional mais confiável do país. E instrumento necessário para a elaboração ou ajuste de política públicas.

Neste ano, é o que as comunidades mais esperam do poder público: atenção a todos os dados e formação de políticas públicas que atendam às demandas atuais, futuras e as historicamente não atendidas. Entre essas demandas, saneamento, segurança, mobilidade urbana, habitação, saúde e emprego. É praticamente tudo o que uma sociedade justa precisa, mas que não chega a todo mundo.

Em julho deste ano, uma primeira etapa do Censo 2020 será feita nos centros urbanos. É uma pré-operação, que será a pesquisa de entorno de domicílios. O foco dessa pesquisa é mobilidade urbana, acessibilidade e algumas questões de saneamento (esgotos, drenagem, pavimentação de vias). Todas as pesquisas são georreferenciadas e poderão atualizar mapas e endereços.

As pesquisas em campo, do Censo de fato, começam no dia 1º de agosto e terminam em 31 de outubro. Neste ano, serão 5.988 recenseadores no Pará. Desses, 1.088 atuarão apenas em Belém. No Pará, um total de 2,124 milhões domicílios terão de ser visitados, sendo 396 mil só na Região Metropolitana de Belém.

Uma das novidades para esta década é a proximidade com centros comunitários, entidades sociais e ONGs. Tudo para aproximar o IBGE da população e conseguir os dados mais confiáveis. Esses planos e contato foi feito, nesta quarta-feira, em uma reunião pública. Foi no complexo Parque da Residência.

Paulo Afonso dos Santos mora no Telégrafo e é da União Nacional por Moradia Popular do Pará. Ele participou da reunião e disse ter achado interessante a metodologia de aproximar o IBGE da população, para que a população se aproprie desses dados. Ele acredita que a principal mudança da última década foi a comunicação e senso de participação da vida pública.

"Houve avanços nas políticas públicas, como habitação, saneamento, segurança e mobilidade. Com o povo usando esses dados, sabendo usar e se sentindo parte, vão saber cobrar melhor. A expectativa é que tenhamos mais avanços e ajustes em coisas que já temos", comenta Paulo Afonso.

Valéria Carneiro é da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) e diz esperar que esta década tenha resultados melhores com o Censo. Para ela, os dados do Censo 2010 não foram bem utilizados e por isso muitas políticas ainda estão aquém.

"Dez anos é muito tempo. Precisamos de pesquisas mais frequentes, mas do porte do Censo mesmo, para ir afinando as políticas públicas. De verdade, o que mudou no Brasil desde o último Censo? Quase nada. Nós não somos só números. Ao menos neste ano, finalmente teremos um levantamento das comunidades quilombolas. Mas e a população LGBTI+?", questiona Valéria.

Responder às perguntas dos recenseadores é obrigatório. Mas a informação é confidencial. Por isso, parte da pauta da reunião foi fazer contato com lideranças comunitárias para garantir essa colaboração de forma mais humana e espontânea. Como receber bem os recenseadores em casa ou procurar, ativamente, os postos de referência. Os modelos de equipamento, identificação e uniforme dos recenseadores poderão ser consultados no site oficial ou pelo telefone 0880-721-8181.

Os resultados preliminares devem ser apresentados na segunda quinzena de dezembro deste ano. Entre o segundo semestre de 2021 e o início de 2023, vários dados analisados, mais específicos, serão analisados e publicados. Neste momento, os dados do Brasil são: 213 milhões de habitantes, em 71 milhões de domicílios, espalhados em 5.570 municípios. Os 220 mil trabalhadores do Censo vão usar 30 mil mapas e 420 mil arquivos diversos para chegar a cada canto do país.

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