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Comunidade de Santana do Aurá: vida difícil entre o lixo e a fumaça

Se quem vive longe do local reclamou do odor e da falta de visibilidade causada pela fumaça, para quem mora na comunidade a situação é de desespero. Problemas respiratórios são denunciados e quem mais sofre são as crianças e idosos.

Igor Wilson

Imagine conviver com uma montanha de lixo esfumaçante. Sair de sua casa e avistar um enorme rastro de fumaça fétida, tão densa que esconde até mesmo uma parte da luz do sol. Essa é a frequente situação dos moradores da comunidade Santana do Aurá, que fica próxima ao antigo lixão do Aurá, hoje desativado, pelo menos oficialmente. Na última sexta-feira (16) os moradores começaram a perceber fogo e fumaça vindos dos enormes montes de resíduos que permanecem no local.

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A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) reconheceu, posteriormente, que a fumaça foi originada no lixão desativado e que o foco de fogo foi ocasionado pela liberação de gás metano gerado pelo acumúlo de resíduos. De acordo com o órgão, a falta de chuvas fez o clima esquentar e o fogo se alastrar. A Secretaria informou também que, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, encaminhou carros- pipa e carros de hidrojateamento para amenizar a situação.

O desespero maior veio após os moradores perceberem que a situação causada pelo incêndio vindo do lixo iria demorar para ser resolvida. A fumaça foi intensa durante quase uma semana. “Na sexta começou e não fizeram nada. Quando o pessoal começou a perceber que a fumaça estava prejudicando outros locais, aí sim enviaram equipes pra apagar. Foram dias assim até que na quarta-feira começou a amenizar”, disse seu Nilson.

"Foram muitos dias nessa situação, mas ontem esteve bem amenizado. Nossa comunidade aqui não recebe nada de ajuda da prefeitura, só aparecemos quando a situação é ruim desse jeito. Mas pelo menos assim eles começam a perceber que nós existimos, que aqui vivem pessoas, iguais a qualquer um, que se incomodam com fumaça e adoecem como qualquer outra pessoa. Esperamos que um dia eles possam cumprir a obrigação deles e fornecer nossos direitos”, diz o morador.

Pará