Círio de Nossa Senhora de Nazaré leva devotos às ruas de Barcarena neste domingo

Barcarena viveu, neste domingo (14), o 62° Círio de Nossa Senhora de Nazaré. A celebração começou com a santa missa na Igreja da comunidade São Pedro, presidida pelo padre Idautino dos Prazeres. Em seguida, fiéis saíram em peregrinação pelas vias do município, passando pela rua Cantidio Nunes, avenida Magalhães Barata, rua Tomé Serrão, travessa José Joaquim, avenida Cronge da Silveira, até finalizar na Paróquia São Francisco Xavier, igreja matriz da cidade.

"O Círio já começou quando viemos na intenção de vivenciar este momento. Iremos caminhar com muita fé e disposição", disse o padre. Durante a cerimônia, os protocolos de proteção contra a Covid-19 foram mantidos. Os fiéis usavam máscaras e tentavam manter um certo distanciamento, exigências para que o Círio ocorresse. Este ano, devido à pandemia, não houve a presença da corda, um dos maiores símbolos da festa Nazaré, e nem o Carro dos Milagres.

Mesmo com as restrições, os devotos de Nossa Senhora não deixaram de cumprir suas promessas. A família de Ana Vanuza, 26 anos, André Felipe, 22 anos, e o pequeno Andrey Felipe, de 1 ano e 4 meses, aguardando desde cedo a saída da procissão. Ela vestiu o filho de anjo para agradecer a graça alcançada - após perderem o primeiro filho e ter uma complicação na gestação de Andrey, Ana prometeu a Nossa Senhora levar o filho de anjinho caso ela o concedesse saúde e o nascimento.

(Thiago Gomes / O Liberal)

"Em 2018, engravidamos e perdemos o bebê quando eu estava com dois meses. Após seis meses, conseguimos engravidar do Andrey e descobrimos no tempo da festividade, em novembro. A promessa foi feita quando eu passei mal, com três meses de gestação. Eu acordei com um sangramento. Tive que ir à maternidade e, lá, fiz uma promessa a Nossa Senhora. Se ele nascesse com saúde, no primeiro Círio dele nós iríamos trazê-lo de anjinho. Além de cumprir a promessa, é uma homenagem ao nosso filho ou filha que está no céu. É gratidão por tudo, por ela ter cuidado de nós. Apenas gratidão", contou.

Renato Ogawa, prefeito de Barcarena, reforçou que o Círio é uma das maiores festas do município e disse que assim como todos os paraenses também espera que o Círio da capital, em 2022, seja diferente, mais próximo do antigo normal.

"O Círio é uma das maiores festas populares do nosso município. Temos mais de 100% da população vacinada com a primeira ou dose única da vacina, isso nos dá uma tranquilidade para poder participar da procissão. A taxa de ocupação de leitos nos hospitais é zero. Acredito que o povo estava muito ansioso por este momento. Espero que o Círio do ano que vem tenha a corda e que o Círio de Belém seja nessa modelagem. Que todo povo católico possa ir às ruas fazer reverência a Nossa Senhora e, consequentemente, isso vai acontecer nos municípios", disse o prefeito.

Integrantes de um grupo de pagode, Lucas Eduardo e mais seis amigos atuam nas atividades da igreja local de Barcarena e, anualmente, saem na corda do Círio. Neste domingo, devido à pandemia, sem a corda atrelada a berlinda, eles decidiram participar doando água. "Esse grupo surgiu de vários amigos que acompanhavam as atividades da igreja. Temos um grupo de pagode 'querubins', então anualmente vamos na corda, mas este ano decidimos fazer a entrega de águas porque não teve corda. É a nossa forma de participar", contou.