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Cheias na Amazônia: ferramenta que auxilia na previsão de enchentes é apresentada em Belém

Atualmente, as chuvas e os níveis dos rios na maioria das regiões estão dentro de uma normalidade, diz coordenador operacional de Hidrologia do Censipam

Dilson Pimentel

Atualmente, as chuvas e os níveis dos rios na maioria das regiões da Amazônia estão dentro de uma normalidade. “Mas é muito cedo ainda para que a gente possa apontar que isso vai permanecer até meados de fevereiro, maio, que é quando a gente vai ter o pico na maioria das regiões, principalmente aqui dentro do estado do Pará”.

É o que disse o coordenador operacional de Hidrologia do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) em Belém, Flávio Altieri dos Santos.

Na manhã desta quinta-feira (10), ele participou do evento "Pré-Cheia 2022 - Análise e Prognóstico para 2023", do qual foi um dos palestrantes. A programação, que ocorre nesta quinta (10) e sexta-feira (11), em Belém, é promovida pelo Ministério da Defesa, por meio do Censipam.

Durante o evento, serão difundidos as análises e os prognósticos gerados pela plataforma Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológico (SipamHidro), cujo foco está no fornecimento de informações de monitoramento e na previsão, tanto dos níveis dos rios quanto das condições climáticas.

O SipamHidro é uma plataforma digital que agrega um conjunto de ferramentas tecnológicas, metodologias e procedimentos operacionais, todos integrados a um banco de dados, capaz de proporcionar informações e conhecimento de riscos ambientais (enchentes, inundações e acompanhamento de tempestades severas) às populações ribeirinhas e dos grandes centros urbanos da Amazônia.

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Região amazônica tem dois períodos distintos - período chuvoso e período seco

A região amazônica tem dois períodos bem distintos - período chuvoso e período seco. “E, ao longo desse período chuvoso, a gente tem um processo de subida do nível do rio, que a gente chama cheia. E ela é lenta e gradual”, disse Flávio Altieri.

“E ao longo dos meses, conforme a precipitação, as anomalias de chuva dentro dessa região, isso vai rebater justamente no nível dos rios. No momento atual, o que a gente pode dizer é que tanto as chuvas quanto os níveis do rio na maioria das regiões estão dentro de uma normalidade”, afirmou.

O que influencia a cheia são algumas variáveis, como, por exemplo, a temperatura da superfície do mar, tanto no Pacífico quanto no Atlântico Norte e Sul. A variação interanual dessa temperatura.

A gente está falando dos ‘El Niños’, ‘La Niñas’. São eventos que influenciam justamente a precipitação na região e como a temperatura dos oceanos se comporta ela também vai influenciar a questão hidrológica na região. No momento a gente está saindo de um período de La Niña do Atlântico e, provavelmente, isso ainda vai influenciar a questão das chuvas na região”, disse.

E os governos e municípios estão prontos para fazer análise de indícios de risco e mitigação de danos?, perguntou o repórter. “Essa é uma situação que a gente vem trabalhando ao longo dos anos no sentido de, primeiro, gerar uma ferramenta em que eles possam se apropriar dela para desenvolver as suas atividades afins”, disse.

Censipam gera a informação e cabe às Defesas Civis atuarem dentro das suas áreas

Ou seja, o Censipam só tem a prerrogativa de gerar a informação e o conhecimento e cabe às Defesas Civis atuarem dentro das suas áreas. “A gente vai iniciar em 2023 uma capacitação intensiva do uso dessa ferramenta para que eles possam se apropriar de conceitos básicos e necessários para entender o que a ferramenta disponibiliza para eles”, afirmou.

O sistema, hoje, disponibiliza algumas ferramentas importantes no caso do planejamento da Defesa Civil. “Os próprios prognósticos que vão ser apresentados (no evento) servem para que as Defesas Civis estaduais e municipais possam pensar no seu orçamento para o ano que vem em com relação à questão da cheia, como também utilizar a ferramenta como instrumento de validação numa situação extrema em que ele precise decretar situação de emergência ou estado de calamidade pública”, afirmou.

O “Pré-Cheia 2022” tem transmissão ao vivo pela internet

O “Pré-Cheia 2022” tem formato híbrido e é realizado no Centro Regional do Censipam, na capital paraense, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do órgão no YouTube (https://www.youtube.com/c/Censipam).

A programação inclui mesas-redondas e palestras que abordarão, entre outros temas, as condições atuais para níveis dos rios e reservatórios das usinas hidrelétricas em funcionamento na Amazônia, assim como o prognóstico da cheia dos principais rios da Amazônia para o ano de 2023.

Compuseram a mesa de abertura do evento as seguintes autoridades: o diretor operacional do Censipam, Hélcio Vieira Júnior, o chefe do estado maior do comando do 4º Distrito Naval da Marinha do Brasil, contra-almirante Carlos Roberto Rocha e Silva Júnior; o gerente regional do Censipam em Belém, Márcio Eduardo de Oliveira Duarte.

Mais: o representante do Instituto Nacional de Meteorologia, José Raimundo Abreu de Sousa, o secretário-executivo de Ações de Defesa Civil do Estado do Amazonas, coronel Clóvis Araújo Pinto Júnior; e, de forma remota, o superintendente-adjunto de Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Alan Vaz Lopes .

Serviço

• Evento: Pré-Cheia 2022 - Análise e Prognóstico para 2023.

• Data e horário: 10 e 11 de novembro, às 10h.

• Local: Centro Regional de Belém - CR/BE - avenida Júlio Cesar, nº 7.060.

 

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