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Mais de 300 pacientes esperam por transplante de medula óssea no Pará

Transfusões sanguíneas são essenciais para qualidade de vida desses pacientes, porém não fornecem a cura

O Liberal

Mais de 300 pacientes estão na fila à espera para o transplante de Medula óssea - método que pode ser a única possibilidade de cura para algumas doenças. A Fundação Hemopa é referência no atendimento, cadastro, coleta e exames para o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). No Pará, cerca de 118,9 mil pessoas estão cadastradas como voluntárias no Redome, que fica no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e pertence ao Ministério da Saúde. O local é o terceiro maior banco de medula óssea do Mundo e o maior banco com financiamento exclusivamente público.

Aline Saraiva, é uma dessas pessoas que precisam ser assistidas pela Fundação. Ela luta contra a Falciforme - problema genético que provoca a alteração no formato dos glóbulos vermelhos do sangue, que fica em formato de foice. A doença causa anemia profunda, associada a crises intensas de dores no corpo. Pode evoluir e provocar insuficiência renal crônica, doença cardíaca, hipertensão pulmonar, entre outros problemas.

“Aos três meses de idade meus pais notaram que tinha algo de diferente comigo. Chorava muito, não me alimentava direito. E nós morávamos no interior, em Marabá. Os médicos nos encaminharam para o Hemopa para fazer o acompanhamento com o hematologista e foi aí que descobrimos a Doença Falciforme”, conta Aline Saraiva, paciente do Ambulatório do Hemopa, há 30 anos.

Nestes casos, as transfusões sanguíneas são essenciais para o tratamento das doenças que causam anemia. Essas transfusões contribuem para a qualidade de vida desses pacientes, porém não fornecem a cura.“Eu sempre precisei das transfusões de sangue, desde os três meses de vida. Até hoje eu peço para as pessoas doarem sangue, porque a gente precisa sempre. Mesmo com o atendimento multidisciplinar, eu vou precisar pro resto da vida até conseguir a cura por meio do transplante de medula óssea” destaca a paciente.

Este ano, o Ministério da Saúde fez alterações quanto ao sistema do Redome que agora apresenta melhorias quanto ao tempo de exames e monitoramento do transplante. Antes, o cadastro do candidato a doador de medula era feito em três fases até a realização do transplante de medula óssea. Agora o procedimento é feito em fase única.

“O novo procedimento possibilita a realização de um exame que identifica e monitora anticorpos anti HLA pré-formados em pacientes em fases pré e pós transplante, o Painel de Anticorpos Reativos (PRA). Este procedimento ajuda a identificar possíveis episódios de rejeição ao transplante e a indicar o grau de dificuldade de se encontrar um doador compatível”, explica Patrícia Jeanne, gestora do Laboratório de Imunogenética.

Doação e atendimento especializado

Para ser um candidato à doação de medula óssea, o paciente precisa estar bem de saúde e ter entre 18 e 35 anos. Não ter diagnóstico de câncer, HIV e doenças autoimunes. Apresentar documento de identidade original, com foto e assinatura (RG, CNH ou Carteira de Trabalho).

Para receber o atendimento especializado, o paciente deve ser referenciado ao Hemopa, por meio do Departamento de Regulação (DERE), após o atendimento na Unidade Básica de Saúde do município ou bairro. O Ambulatório do Hemopa funciona no prédio sede que fica no bairro de Batista Campos, em Belém. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones: (91) 3110-6500 / 6526.

(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Jorge Ferreira, coordenador do núcleo de Atualidades)

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