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Associação Patinhas do Marajó busca nova sede após confusão

Sede que era cedida teve cadeados trocados sem aviso prévio

Eduardo Laviano

A Associação Patinhas do Marajó denunciou nas redes sociais que o prédio onde a organização funciona, no município marajoara de Breves, teve as chaves e cadeados trocados.

A coordenação da associação só notou o ocorrido no sábado (24), quando precisou fazer a limpeza que é sempre realizada nos finais de semana.

Cedido pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o prédio serve para os mutirões de castração de animais, realizado pela Patinhas do Marajó a cada três meses por um período de quinze dias. A organização não possui animais abrigados. 

Segundo uma das coordenadoras, Priscila Farias, a troca dos cadeados ocorreu após a mudança da diretoria regional da Sespa no município. 

"Houve uma mudança por indicação política e a nova diretora informou que nós tínhamos que desocupar o prédio até o dia 30 de abril", relata ela. O prédio, então, teve as chaves trocadas seis dias antes do combinado e sem nenhum aviso.

Foi a segunda vez que isto ocorreu com a Patinhas do Marajó. A primeira situação ocorreu em um prédio cedido pela prefeitura de Breves. Desde 2017, a organização já castrou 600 animais de ruas e pets de pessoas de baixa renda do município. 

"A gente faz um trabalho voluntário de saúde pública já que lá não tem centro de zoonoses em um município que é muito carente de atendimento médico veterinário", conta Farias, que é professora. 

A luta atual da ONG é conseguir um espaço fixo para que possam atuar com mais tranquilidade e sem imprevistos. Uma reunião foi marcada com a prefeitura de Breves para a próxima quarta-feira. 

Dois deputados estaduais, Luth Rebelo (PSDB) e Igor Normando (Podemos), entraram em contato para ajudar. Priscila recebeu a informação de que, a partir de um acordo ainda não oficializado documentalmente, o prazo para a organização operar foi estendido até o dia 30 de julho. 

Apesar do final de semana que Priscila descreveu como desesperador, ela diz que se sentiu feliz ao ver que as publicações viralizaram com rapidez nas redes sociais. 

"A história tomou uma proporção gigantesca e isso é um reconhecimento do nosso trabalho. Não temos ajuda de qualquer órgão público. É tudo doação. Cada mutirão custa 15 mil reais para castrar de 150 a 170 animais", afirma ela.

Procurada para comentar o caso, a Sespa disse que a direção do 8º Centro Regional de Saúde prorrogou o prazo de entrega do prédio para mais 90 dias a partir de 30 de abril, que era a data limite.

Segundo a secretaria, o espaço havia sido cedido para uma ação de castração de animais abandonados por um período de um ano e meio, que já havia sido prorrogado por mais 60 dias que terminariam no dia 30 de abril. O 8º CRS teria então pedido o prédio de volta para que ele seja usado como sede provisória enquanto durarem as obras de reforma da sede própria.

Pará