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As mudanças de características e formatos das unhas podem indicar doenças 

Além de compor a estética, as unhas podem indicar doenças sérias e exigem atenção no dia a dia e nos salões de beleza

Bruna Lima

Fazer as unhas vai muito além de vaidade e autoestima em dia. Seja no salão ou em casa, esse cuidado, muitas vezes semanal ou quinzenal, está diretamente ligado à saúde das mãos e dos pés. A aparência das unhas pode revelar problemas como deficiências nutricionais, doenças da tireoide, alterações reumatológicas, gastrointestinais e até cardíacas.

A dermatologista e infectologista Marília Brasil Xavier, médica e professora aposentada da UFPA explica que as unhas protegem as extremidades dos dedos, ajudam na sensibilidade tátil e ainda funcionam como indicadores de doenças sistêmicas. “Manchas pretas, mudanças no formato ou espessura, descolamento e lesões pigmentadas devem ser sempre avaliadas por um médico”, alerta a especialista.

Alterações de cor, tamanho, formato ou textura das unhas das mãos e dos pés podem ser um indicador de doença sistêmica subjacente, por isso observar as unhas e procurar especialista é de grande importância para saúde geral. Existem doenças locais das unhas, como infecções bacterianas e fúngicas, tumores benignos e malignos do aparelho ungueal, doenças dermatológicas cutâneas como psoríase e líquen plano, mas as manifestações de doenças sistêmicas são frequentes e relevantes .

Ainda de acordo com a médica, doenças cardíacas e pulmonares são capazes de mudar o formato das unhas para um formato de baguete ou varetas de bater tambor ou pequenas hemorragias ungueais. Doenças reumatológicas, hematológicas, tireoideanas, gastrointestinais , carências nutricionais, também podem modificar a aparência das unhas.

“As doenças da tireoide, como hipertireoidismo ou hipotireoidismo frequentemente causam alterações ungueais. Unhas frágeis , descolamento ungueal e crescimento lento são comuns no hipotireoidismo. Manchas escuras, unhas frágeis, crescimento rápido, unhas em formato de colher, no hipertireoidismo”, explica a infectologista Marília Brasil Xavier.

Pintas nas unhas devem ser observadas. As lesões pigmentadas podem ser lesões malignas de um câncer do tipo melanoma que pode ser grave e letal

As unhas têm função de proteger as extremidades dos dedos de traumas e choques, são barreiras para infecção, são importantes para a apreensão e manipulação de objetos pequenos ou finos, contribuem para a sensibilidade tátil dos dedos e também são indicadoras de muitas doenças de outros órgãos e saúde geral

Nos salões de beleza, o cuidado precisa ser redobrado. A manicure Ivete Jesus Paes Faria, que atua há 25 anos em Belém, destaca os riscos de procedimentos mal feitos ou modismos como as unhas de gel. “Muita cliente reclama que a unha ficou fraca depois de usar gel. Eu acredito que seja por causa dos produtos fortes usados na retirada. Elas ficam finas, como papel”, comenta.

Ivete também reforça a importância de não tirar demais a cutícula e de ter o próprio kit de alicate e lixa. “Mesmo a gente esterilizando tudo, é bom cada cliente trazer o seu. Já peguei casos sérios de unha encravada, de fungo, de unhas penduradas porque a pessoa foi malhar sem cortar direito. Tem que ter cuidado”, afirma.

Outra dica é não puxar a pele do canto da unha, ter uma serrinha na bolsa para quando a unha desfiar. E o cliente levar o próprio jogo de tesoura e alicate quando for ao salão. Com relação às doenças relacionadas às unhas, a manicure disse que é mais comum aparecer os fungos verdes, que são muito difíceis de curar. “Quando a unha tufa fica embaixo daquela carne. Tem pessoas que até mandam extrair”, explica a manicure.

A esteticista Ingrid Faria Cosme da Silva, 28 anos, também leva a saúde das unhas a sério. Acostumada a mostrar as mãos no atendimento ao público, ela faz as unhas a cada 15 dias com uma profissional. “Não gosto de fazer em casa porque sei que posso me machucar. Já vi amigas com problemas que precisaram ir à podóloga”, conta. Para ela, a estética importa, mas a higienização e a prevenção de doenças vêm em primeiro lugar.

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Manter as unhas limpas, cortadas, hidratadas e evitar produtos agressivos são atitudes simples que fazem a diferença. Como lembra a médica Marília Xavier, “unhas frágeis, manchas e deformações não são apenas questões estéticas, podem ser alertas do corpo para algo mais sério”. Na dúvida, a dica é sempre a mesma: procure um especialista.

Pará