Após incêndio, indígenas precisam de ajuda para recomeçar

Aldeia inteira na terra Mãe Maria foi atingida por um grande incêndio no começo do mês, e agora depende de doações

Tay Marquioro
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Indígenas do povo Gavião Akratikatejê, da Aldeia Hupryre, localizada na Terra Indígena (TI) Mãe Maria, contam com ajuda e doações diversas para reconstruir tudo o que foi destruído pelo fogo, no começo deste mês de setembro. Embora a área esteja dentro do município de Bom Jesus do Tocantins, a Terra Indígena fica a apenas 5 quilômetros de Marabá. Das 12 casas da aldeia, 10 foram completamente consumidas pelas chamas e as famílias ainda contabilizam as perdas.

image Das 12 casas da aldeia, 10 foram totalmente consumidas pelo fogo (Jhone Freire/ Especial para O Liberal)

Uma das casas restantes é da Dilma Guarani que, agora, cede abrigo a quem perdeu tudo no incêndio. “É uma tristeza muito grande para todos nós, foi uma perda enorme para gente. Foram bens materiais, nossas casas, nosso lar, que nós construímos. É uma vida que foi queimada, cerca de oito anos já que a gente vinha nessa luta, construindo nossas casas”, lamenta a indígena. “Aí, de repente, em um piscar de olhos, uma queimada vem e leva tudo. Para mim, foi alguém malfeitoso que fez isso. Minha mãe e meus irmãos perderam as casas deles. A gente tentou ajudar, mas foi tudo muito rápido”, conta indignada.

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Para outro indígena, essa foi uma tragédia anunciada, pois os incêndios são comuns na região nessa época do ano. “Todo verão, é a mesma coisa. A gente já conversou com as autoridades e nada é feito. Eu só espero que agora, toda essa perda sirva de exemplo e que tomem alguma providência”, desabafa Potomam Valdenilson. “Perdemos tudo! Roupas, móveis, até na escola que tinha aqui, todo o material se perdeu. O fogo consumiu tudo. Estamos recebendo doações, ajuda de vários órgãos, correntes mesmo de pessoas que querem nos ajudar. O pensamento da gente é reconstruir de novo. A gente não vai baixar a cabeça”, afirma.

image Potomam Valdenilson diz que as famílias perderam tudo, e esperam providências do poder público (Jhone Freire/ Especial para O Liberal)

As imagens do incêndio rapidamente se espalharam pelas redes sociais e o drama dessas famílias vem motivando diversas em campanhas por doações. Uma delas é movida por estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que estão unindo forças para arrecadar doações para as famílias atingidas pelo fogo. A Unifesspa tem um considerável número de alunos e alunas indígenas do povo Gavião e criou pontos de coleta para receber doações. Um grupo de servidores do Campus de Rondon do Pará também esteve na aldeia para levar doações de roupas e mantimentos.

“Neste momento, toda a Unifesspa se une ao povo Gavião Akratikatejê e as demais comunidades da TI Mãe Maria, com as quais nossa universidade tem uma forte relação de parceria, através de ações de ensino, pesquisa e extensão comprometidas com a garantia de direitos e a defesa da soberania e preservação dos territórios indígenas, fundamentais ao bem viver de todas as cidades e populações de nossa região”, disse a universidade em nota.

A prefeitura de Bom Jesus do Tocantins, município localizado a 78 quilômetros de Marabá, também tem prestado assistência às famílias indígenas. Procurada pela reportagem, a gestão municipal informou que já forneceu, por meio da Defesa Civil e da Secretaria de Assistência Social, kits de higiene e limpeza, enxovais, cestas básicas e colchões. A prefeitura informou ainda que fez o levantamento de toda a documentação perdida no incêndio e que novos documentos estão sendo providenciados.

Relembre o caso

O incêndio de grandes proporções foi registrado no final da manhã do último dia 1º de setembro, dentro da Aldeia Hupryre. O caso aconteceu a cinco quilômetros do distrito de Morada Nova, em Marabá, e teria iniciado às margens da rodovia BR- 222, localizada a 500 metros do aldeamento. Até o momento, não se sabe o que ocasionou o incêndio.  Apesar da gravidade do incidente, não houve feridos.

image Incêndio começou às margens da rodovia BR-222 (Jhone Freire/ Especial para O Liberal)

Como ajudar

Doações de materiais diversos, como roupas, colchões, roupa de cama e alimentos podem ser entregues no Tapiri do Campus I da Unifesspa, que fica na Folha 31, Nova Marabá, a partir das 9 horas da manhã.

Doações financeiras podem ser feitas por meio de transferências bancárias direto para os indígenas.

Associação Itekjerijejakry Gavião

Agência: 5657

Conta: 1117978-8

Banco do Brasil

Npotomanti Lopes (Cacique)

Chave Pix: (94) 99135-6450

David Kakoktvire (Liderança)

Chave Pix: (94) 99227-4007

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