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Uso de som portátil no Parque do Utinga pode provocar morte de animais; vídeo

As aves são os animais mais comprometidos, segundo informou a administração do Parque Estadual do Utinga

Fabyo Cruz

O Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna (Peut) é um dos lugares mais frequentados para passeios em família e a prática de exercícios ao ar livre, em Belém. A Unidade de Conservação Estadual possibilita aos seus visitantes desfrutar de sua riqueza e beleza que fazem parte da fauna e flora amazônica. No entanto, o uso de aparelhos sonoros portáteis, por parte de alguns frequentadores, tem causado problemas aos animais do parque.

Criado com o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e estimular a realização de pesquisas científicas - além de incentivar o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, incluindo o turismo ecológico - , o Peut é formado por um “cinturão verde” que isola o barulho da área urbana para impedir que os ruídos provocados pelos automóveis interfiram na vida dos animais silvestres.


Porém, a administração do Parque do Utinga identificou que tornaram-se recorrentes o uso de aparelhos sonoros no local, causando problemas à fauna do Peut. O som tem incomodado e estressado, inclusive animais que estão em recuperação, afirma o biólogo Rubens Aquino. “O barulho por parte desses aparelhos não é permitido no parque. E o grande problema é que alguns visitantes estão entrando com caixinhas de som aqui. Esses ruídos atrapalham a vida dos animais em seu habitat natural, seja nas questões da reprodução, alimentação e interação entre eles”, afirma o especialista.   

As aves são os animais mais comprometidos com ruídos dos aparelhos sonoros portáteis

Por usarem a vocalização para interagir entre si, as aves são os animais mais comprometidos pelo uso de aparelhos sonoros portáteis no Parque do Utinga. “Nós temos um projeto de reintrodução das Ararajubas que fica em um aviário, onde alguns visitantes passam com barulhos de caixas de som que acabam trazendo um estresse ambiental que pode acabar provocando a morte deles. Ainda não tivemos registros de mortes, mas percebemos que esse tipo de atitude compromete a fauna no Peut”, explicou.

Como fazer denúncias?  

Socorro Almeida,  diretora de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, orienta que as denúncias podem ser feitas à Organização Social Pará 2000, responsável pela administração do Parque do Utinga, aos servidores do Ideflor-Bio ao por meio das nossas redes sociais. “Também temos uma fiscalização corriqueira pelo Batalhão da Polícia Ambiental, no entanto, é complicado fazer a fiscalização ao longo de um percurso de 8 quilômetros, onde os visitantes fazem caminhadas ou pedaladas, por isso pedimos a contribuição de todos para não utilizarmos esses aparelhos e denunciarmos essas práticas”, orientou.