Polvo de crochê confeccionado em hospital auxilia tratamento de prematuros
Os bichinhos vem ajudando bebês a se sentirem mais seguros e confortáveis nas incubadoras das maternidades
Bonecos de crochê em formato de polvo tem ajudado na recuperação de bebês prematuros internados na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Hospital Materno-Infantil de Barcarena (HMIB). Os bichinhos, que são confeccionados pelas mães que acompanham seus bebês internados ou por voluntários do Projeto Octos, são utilizados nos berçários e têm promovido acolhimento, aconchego, proteção e carinho aos bebês, se tornando objeto essencial durante o tratamento.
Os bonecos de crochê são feitos em fios 100% algodão, com tentáculos macios – que evitam que os bebês puxem fios e sondas - e o corpo ajuda no posicionamento do bebê na incubadora. Antes de serem colocados nas incubadoras, os objetos são esterilizados para evitar infecções. As famílias podem levar os bichos para casa quando recebem alta médica.
Os bonecos são utilizados nos berços da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), como uma forma de humanizar ainda mais o cuidado com o prematuro. “O polvinho acolhe esse bebê e alguns estudos mostram os vários benefícios, como, melhora na oxigenação, batimento cardíaco e calmaria da criança”, afirma a terapeuta ocupacional do HMIB, Djesyanne Vaz.
Os prematuros internados na UTI passam por uma triagem para então ganharem o polvo. Esse boneco é levado com o recém-nascido (RN) para a UCI durante sua transferência. “Essa prática faz com que o RN sinta maior segurança nessa troca de ambiente, fazendo com que ele chore menos, consequentemente diminua a perda de peso”, reitera a terapeuta.
Além dos benefícios para o bebê, a mãe também desfruta de vantagens. Elas, que em sua maioria estão 24 horas no Hospital, tendem a ficar menos ociosas durante a prática dessas atividades. Inclusive, o Projeto Octos, pode ser usado como uma fonte de renda, após a alta hospitalar. “Tudo que elas aprendem durante o atendimento no grupo terapêutico, elas podem contornar em benefícios para elas. Temos alguns relatos de mães que tiveram alta, estavam fazendo o artesanato e vendendo”, comenta.
A mamãe Mailde Ramos, moradora de Barcarena, após uma cesariana de emergência, está acompanhando seu filho, João Pedro, durante a estadia dele na UTI. Ela conta como a oficina para confecção do polvo funcionou como uma válvula de escape para driblar a depressão pós-parto. “Essa atividade distrai nossos pensamentos, faz o tempo passar mais depressa. Aqui na oficina temos a oportunidade de conhecer novas pessoas, trocar experiências. Estou percebendo também melhora no humor do meu filho, ele fica mais calmo quando a equipe coloca o polvo na incubadora”, reitera.
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