MENU

BUSCA

Polícia Militar do Pará prepara agentes bilíngues para atuar segurança na COP30

Cursos de inglês, espanhol e mandarim capacitam mais de 1.300 policiais para atender turistas e autoridades estrangeiras durante o evento internacional

Agência Pará

Com a expectativa de receber milhares de turistas e autoridades de todo o mundo durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, na capital paraense, a Polícia Militar do Pará (PMPA) também está apostando na formação bilíngue de seus agentes como parte da preparação para o evento. Ao todo, 1.313 policiais militares participam de cursos de idiomas voltados ao atendimento direto de estrangeiros.

A iniciativa é resultado de um convênio entre a PMPA e a Universidade do Estado do Pará (Uepa), e marca a primeira vez que a corporação incorpora a formação linguística em sua rotina de capacitação. O foco é o uso prático do idioma em patrulhamento, orientação e registro de ocorrências envolvendo cidadãos de outras nacionalidades.

Formação adaptada à realidade policial

Entre os destaques, está o curso de mandarim para propósitos específicos, com carga horária de 60 horas, que oferece vocabulário básico e expressões úteis em contextos operacionais. Segundo o professor Antônio Braga Silva, diretor do Instituto Confúcio, da Uepa, a procura pelo idioma surpreendeu. “Fizemos uma primeira turma no primeiro semestre, e muitos policiais demonstraram tanto interesse que se matricularam na segunda turma. Também criamos uma turma especial voltada à agricultura, em parceria com uma universidade chinesa. A ideia é ampliar ainda mais. A receptividade tem sido excelente”, destacou. 

Além do mandarim, que segue com turmas em andamento, também são ofertados cursos de inglês e espanhol, com carga horária progressiva e níveis intermediário e avançado, ampliando a capacidade de atendimento multilíngue da corporação.

Aprendizado que aproxima polícia e comunidade

Para a cabo PM Ana Moraes, aluna do curso de mandarim, a oportunidade uniu vocação pessoal e missão profissional, realizando um antigo desejo. “Eu já gostava do idioma, então assistia a programas em chinês, deixava no idioma original com legenda. Sempre tive interesse. Tentei entrar no Instituto Confúcio antes, mas não consegui por conta da concorrência. Quando a PM ofereceu essa chance, abracei. Hoje, vejo como é importante saber ao menos o básico da língua: quando o policial fala um pouco do idioma da comunidade, a receptividade melhora, o atendimento fica mais humano e eficiente”, acredita. 

Há 8 anos na PM, a cabo Alessandra Benjamim viu no curso de mandarim a chance de se qualificar, estar preparada para a COP 30 e para depois que o evento passar. 

"Com a oferta da instituição em parceria com centros universitários de forma gratuita é uma chance única para militares poderem iniciar os estudos de novos idiomas. Não precisamos apenas para COP30. Saber um novo idioma é importe para atender cada demanda que chegar com a vinda dos estrangeiros que estabelecem residência em nosso estado. Sabemos que vai aumentar o número de pessoas que não falam português e sabemos que os estrangeiros veem a Polícia com muito respeito e um figura de referência para pedir ajuda, logo é importante conseguirmos nos comunicar. Com os cursos de idiomas que foram ofertados, os militares, os policias que fizeram poderão auxilia e ajudar o novo público alvo, com mais facilidade. É uma forma de mostra ao mundo como nosso estado se importa com cada pessoa e seu país", afirma. 

Legado para além da COP30

O comandante-geral da PMPA, coronel Sérgio Neves, destaca que a capacitação dos agentes vai além da conferência e cria um diferencial permanente. “A maioria dos alunos já concluiu o nível básico e está avançando. Teremos policiais aptos a atender no idioma nativo visitantes da América do Norte, Europa e outros países. O turista que digitar o número de emergência do seu país será direcionado ao nosso Centro de Operações, onde haverá pessoal capacitado para atendê-lo com eficiência”, explica. 

A expectativa da PMPA é manter os cursos de idiomas após a COP30, consolidando Belém como um destino turístico internacional e preparando os agentes para futuras demandas de segurança pública com foco em acolhimento e atendimento qualificado.