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Pesquisa e inovação impulsionam desenvolvimento sustentável no Pará

Investimentos e novas parcerias internacionais reforçam o papel da Fapespa reforça no campo da ciência amazônica, com políticas públicas e a formação de pesquisadores

O Liberal

No Dia Mundial da Ciência e Tecnologia, celebrado nesta quinta-feira (16), a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) destaca os avanços alcançados em 2025 no fortalecimento da pesquisa, da inovação e da produção científica no Pará. A instituição tem ampliado sua atuação com novas parcerias nacionais e internacionaisincentivo à formação de recursos humanos e ações voltadas à integração entre ciência e políticas públicas.

Entre as iniciativas de destaque deste ano está o fortalecimento das ações de cooperação científica internacional. No último dia 9, a Fapespa promoveu um workshop sobre o Programa Horizon Europe, maior programa de financiamento à pesquisa da União Europeia. O evento, realizado na Universidade do Estado do Pará (Uepa), apresentou aos pesquisadores paraenses as oportunidades de participação em editais internacionais e estratégias para inserção em redes globais de pesquisa.

Fapespa amplia parcerias com instituições internacionais

Trata-se de uma parceria com o British Council Brasil, da Inglaterra, em que o Pará é o local de execução do Programa Global Climate Skills – Seeds for Transitions. Este programa objetiva apoiar projetos de formação de jovens em temas relacionados a mudanças climáticas, por meio da construção de conhecimento científico, tecnológico e inovador.

Fapespa também lançou a chamada Connect Amazônia 2025, em parceria com a University of Birmingham (Reino Unido), voltada a projetos colaborativos entre pesquisadores do Pará e da Inglaterra. As propostas priorizam temas estratégicos como bioeconomiamudanças climáticasbiodiversidade e desenvolvimento sustentável.

Fundação tem ampliado sua presença em fóruns estratégicos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Entre os destaques de 2025, está a participação no Fórum Nacional do Confap, realizado em Belo Horizonte (MG), que discutiu mecanismos de cooperação entre fundações estaduais e órgãos federais de fomento à pesquisa e inovação.

A instituição também marcou presença em Portugal, no 34º Encontro de Prospetiva, evento internacional que reuniu cientistasgestores e especialistas para debater temas como inovaçãosegurança alimentarbiotecnologia e transição ecológica, reforçando a importância da ciência amazônica no cenário global.

Além disso, no início deste mês, a Fapespa participou pela primeira vez de uma das maiores plataformas internacionais dedicadas à ciência, tecnologia e suas implicações para a sociedade, o Science and Technology for Society Forum (STS), realizado em Kyoto, no Japão, representada pelo seu presidente, Marcel Botelho.

Ciência a serviço das políticas públicas e da formação de recursos humanos

Outro eixo prioritário da Fapespa é o uso da ciência como base para o planejamento público. Por meio da Coordenadoria de Estatística e Disseminação da Informação, a Fundação publicou em 2025 uma novidade, o PIB Trimestral, que agora apresenta de forma mais célere os dados do PIB paraense, estudo estatístico que antes era publicado a cada dois anos.

A Fundação também segue com a divulgação de publicações como o Anuário Estatístico do Pará, o Pará em Números e o Radar de Indicadores. Essas ferramentas reúnem e analisam dados populacionais, econômicos e sociais, subsidiando a formulação de políticas públicas.

Atyliana Dias, diretora da área de estatística, observa que “a disponibilização de indicadores atualizados fortalece a capacidade de gestores estaduais e municipais em planejar ações com base em evidências, garantindo mais eficiência e transparência”.

Garantia de editais e bolsas

Fapespa também segue investindo na formação de pesquisadores e na consolidação de grupos de pesquisa regionais. Em 2025, a instituição manteve editais de bolsas em diversos níveis, da iniciação científica ao doutorado, e ampliou parcerias com o CNPq, Capes e Finep para o cofinanciamento de programas voltados à pós-graduação e à inovação tecnológica.

Nos últimos anos, a Fundação se destaca pelo empenho em financiar projetos que abordam questões ambientais, sociais e econômicas da região, visando ao desenvolvimento sustentável. As novas parcerias com instituições acadêmicas e científicas ampliam o impacto das pesquisas, favorecendo a colaboração interdisciplinar e privilegiando o investimento em ciência. Esses investimentos reforçam o compromisso da Fundação em apoiar a interiorização da ciênciavalorizar talentos locais e impulsionar a inserção do Pará nas redes nacionais e internacionais de pesquisa.

Programa Bolsa-Pará vem se consolidando como mecanismo de apoio à formação de recursos humanos, com bases científicas desde a graduação até a pós-graduação. Por meio deste programa, a Fapespa mantém atualmente mais de 1.500 bolsas ativas nas modalidades de Iniciação Científica, para cursos regulares de Graduação e do Programa Forma-ParáMestrado e Doutorado em todas as ICTs sediadas no Estado, garantindo uma presença em mais de 80 municípios.

“Com isso, garante que a formação de recursos humanos não se limite ao conhecimento acadêmico, mas também alcance a formação de competências científicas, tecnológicas e inovadoras”, avalia o diretor científico da Fapespa, Deyvison Medrado.

Fomento à inovação e bioeconomia

Enquanto agência estadual de fomento, a Fapespa tem operacionalizado os Programas Centelha e Tecnova, que visam o apoio ao desenvolvimento de inovação em empresas paraenses. Com essas iniciativas, a Fundação já apoiou, de 2022 até hoje, 69 empresas inovadoras, para sua capacitaçãoestruturaçãoampliação do modelo de negócios e inovação.

“Cabe frisar que, destas, pelo menos 39 desenvolvem produtos da bioeconomia paraense. Ao final deste ano, novas empresas serão selecionadas para o apoio da Fapespa e da Finep, por meio do Programa Tecnova III, ampliando o número de empresas incentivadas ao desenvolvimento tecnológico, bioeconômico e inovador”, informa o diretor científico da Fapespa, Deyvison Medrado.

Outra ação de destaque é a Iniciativa Amazônia +10, que reúne 25 fundações estaduais de Amparo à Pesquisa do Brasil. Este ano, a iniciativa passou a fomentar novos projetos, por meio de uma coalizão de parceiros nacionais e internacionais. Dentro deste grupo, a Fapespa se mantém como a Fundação com o maior número de projetos aprovados, reforçando a pujança da comunidade científica do Pará.

Novos editais e oportunidades

Para os próximos meses, a Fapespa prepara novos editais de fomento voltados à inovação e à sustentabilidade. Também estão em planejamento ações de estímulo à captação de recursos externos e à internacionalização de pesquisadores emergentes.

De acordo com a presidência da instituição, as metas para 2026 incluem aumentar o número de parcerias internacionais, ampliar a participação de instituições paraenses em editais competitivos e fortalecer a integração entre ciência e desenvolvimento regional. Com essas ações, a Fundação se consolida como referência de incentivo à pesquisa e inovação no Pará e na Amazônia, dando suporte aos pesquisadores espalhados pelo Estado.

Rede Pará de Bioeconomia e infraestrutura científica

Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas também vem reforçando seu papel estratégico no fomento à ciência e à inovação voltadas à sustentabilidade e à bioeconomia no Pará.

Em 2023, a instituição destinou R$ 11,3 milhões a 42 projetos de pesquisa alinhados ao Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), envolvendo 192 pesquisadores. Hoje, a Fapespa executa dentro do plano 91 projetos, com um investimento de R$ 15,6 milhões nos últimos três anos.

Além disso, a Fapespa participa do Programa Centelha, com investimentos em startups e bionegócios. O Tecnova III tem orçamento de R$ 12,6 milhões previsto para os próximos anos.

A Fundação também apoia a infraestrutura científica no Pará, como o Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (Laba), sediado na UFPA, e criou a Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia, com a Ufopa e a Unifesspa, para mensurar o impacto da bioeconomia no PIB paraense.

Potencial da bioeconomia para o desenvolvimento do Pará

Em agosto de 2025, o III Seminário da Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia reuniu pesquisadores, gestores e comunidades para debater estratégias de desenvolvimento sustentável no Pará.

Segundo estudo do WRI Brasil, o fortalecimento de 13 cadeias produtivas da bioeconomia pode acrescentar R$ 816 milhões ao PIB do Pará, gerar 6.600 empregos e aumentar a arrecadação fiscal em R$ 44 milhões, com investimento estimado em R$ 720 milhões.

Os dados reforçam o potencial do Pará como referência nacional e internacional em bioeconomia, integrando ciência, conservação e desenvolvimento sustentável. Nesse cenário, os investimentos da Fapespa e a consolidação da Rede Pará de Bioeconomia se tornam ainda mais relevantes.