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Pará tem sete novos nomes incluídos na “lista suja” do trabalho escravo do governo federal

Atualização divulgada nesta segunda-feira (6) traz 159 novos empregadores em todo o país; casos resultaram no resgate de 1.530 trabalhadores

Gabi Gutierrez

O governo federal atualizou, nesta segunda-feira (6), a “lista suja” do trabalho escravo. Publicado semestralmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o documento reúne empregadores flagrados submetendo trabalhadores a condições análogas à escravidão. No Pará, sete novas empresas e pessoas físicas tiveram os nomes incluídos no cadastro.

Entre os municípios paraenses com maior número de ocorrências, São Félix do Xingu se destaca, contabilizando sete empregadores incluídos na lista suja, seguido por Novo Progresso e Cumaru do Norte, com dois cada, e Itaituba, Dom Eliseu, Nova Ipixuna, Placas, Pacajá, Benevides, Anapu, Tomé-Açu, Tucuruí, Moju, Magalhães Barata e Terra Alta registrando pelo menos um caso cada.

Na atualização divulgada nesta segunda-feira, foram incluídos 159 novos empregadores em todo o país, um aumento de 20% em relação à última edição. Destes, 101 são pessoas físicas e 58 empresas;

O Pará aparece entre os estados com novas inclusões nesta edição, com sete novos empregadores, ao lado do Distrito Federal. Apesar do aumento, o número ainda é bem menor em comparação a outros estados, como Minas Gerais e São Paulo, que tiveram 33 e 13 empresas incluídas na atualização de outubro de 2025.

Os casos resultaram no resgate de 1.530 trabalhadores e cerca de 16% dos nomes estão ligados a atividades urbanas.

Principais atividades incluídas na lista foram:

  • Criação de bovinos para corte: 20 empregadores
  • Serviços domésticos: 15
  • Cultivo de café: 9
  • Extração e britamento de pedras: 9
  • Construção de edifícios: 8
  • Produção de carvão vegetal: 7

O que é a lista suja

A “lista suja” é divulgada semestralmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e inclui apenas empregadores que tiveram processo administrativo concluído, sem possibilidade de recurso. Cada nome permanece no cadastro por dois anos, podendo ser retirado antecipadamente caso o empregador assine um termo de ajustamento de conduta (TAC) e indenize as vítimas.

Denúncias e fiscalização

Trabalhadores ou cidadãos que suspeitem de situações de trabalho análogo à escravidão podem denunciar anonimamente pelo Sistema Ipê, plataforma online da Secretaria de Inspeção do Trabalho.

O sistema permite o envio de informações detalhadas para que os auditores possam investigar e realizar fiscalizações.

Histórico e impacto

Desde a criação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), em 1995, mais de 68 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão no Brasil, com R$ 156 milhões em verbas salariais e rescisórias assegurados às vítimas.