Moradores de Muaná, na ilha do Marajó, reclamam de derrubada de árvores
População diz que prefeitura fez derrubada ilegal; poder público garante que teve autorização para a ação
Moradores do município de Muaná, na região do Marajó, ao norte do Pará, denunciam a derrubada, com motosserras, de cerca de 20 árvores de médio e grande porte, na cidade. A ação foi executada pela própria prefeitura nos últimos dias. Canteiros de jardins também foram retirados, tudo para dar lugar a ruas e asfaltos. A Prefeitura alega que tudo foi feito dentro das normas legais.
Dentre as espécies das árvores derrubadas estavam indira, oxi, oitizeira, castanholas, tentro e ficus. Algumas delas com até meio século de vida. Para os moradores, a iniciativa é considerada como “crime ambiental”, “irresponsável” e “insensível”.
Ainda segundo eles, uma mangueira e uma árvore de pau-brasil não foram parar no chão porque as pessoas se meteram na frente das motosserras impossibilitando a ação.
Para a moradora e ambientalista Márcia Sidônio, a ação da Prefeitura de Muaná é "desumana" e um crime contra o meio ambiente. “Antes eles já haviam derrubado cerca de 10 árvores da frente da cidade. Na quinta-feira (5), derrubaram diversas árvores – até centenárias - que ficavam no centro, como em frente ao Fórum, à Praça da Bandeira, à Secretaria de Assistência Social”.
Os muanenses foram ainda para as redes sociais repudiar e lamentar pelo fato. “Enquanto a gente estuda soluções baseadas na natureza, minha terra encontra-se nesse estado. Bora organizar um mini curso para mais uma vez mostrar a importância da cobertura vegetal para o meio ambiente? Porque eu já estou com vergonha alheia”, traz a postagem no Facebook de uma moradora do município. “Então se foi um pedaço da história de Muaná”, lamentou outro internauta.
Prefeitura de Muaná
Segundo o prefeito do município, Eder Magalhães (PSC), conhecido como “Biri Magalhães, todas as árvores eram da espécie ficus benjamina e foram retiradas porque o município passa por obras de pavimentação asfáltica. Ele alega ainda que a Prefeitura teve autorização dos órgãos competentes.
“Não foram derrubadas, mas retiradas e com autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Muaná, do Ministério Público e do Judiciário. Não retiramos a espécie de pau-brasil. Foram retiradas, no centro, quatro árvores ficus benjamina e outras na frente da cidade. A plantação foi desordenada e essa espécie não é apropriadas para a cidade. Ela é uma espécie invasora, estavam estourando a calçada e é de fácil tombamento. No novo projeto está previsto a compensação das árvores retiradas por espécies adequadas”, explica.
A Promotoria de justiça de Muaná, por meio do promotor de Justiça Luiz Gustavo Quadros, atuou nesse caso. em nota, o órgão, disse que ao tomar conhecimento dos fatos foi enviado ofício à Prefeitura requisitando informações no prazo de 48h.
"O município respondeu justificando que as árvores que foram podadas e cerradas eram árvores impróprias para a área urbana e que no lugar dessas árvores que foram retiradas, serão plantadas árvores adequadas."
Junto com a resposta do Município foi encaminhado um relatório técnico assinado por uma engenheira florestal, justificando o procedimento que foi adotado.
"A Promotoria de Muaná está satisfeita com a resposta, pois às árvores podadas serão substituídas e existe um acompanhamento de engenheiro florestal nos cortes', disse o MP.
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