Exército realiza alistamento feminino até 30 de junho; há vagas no Pará
Esta é a primeira vez na história das Forças Armadas que ocorre o alistamento voluntário de mulheres que completam 18 anos
O prazo para o alistamento feminino no Exército Brasileiro termina no dia 30 de junho. Na área do Comando Militar do Norte (CMN) — que abrange os estados do Pará, Amapá e Maranhão — estão sendo ofertadas 55 vagas. As interessadas devem acessar o site alistamento.eb.mil.br para realizar a inscrição.
Esta é a primeira vez na história das Forças Armadas que é realizado o alistamento voluntário de mulheres que completam 18 anos. Desde a abertura do processo seletivo, já foram registradas mais de 2.500 inscrições na área da 8ª Região Militar. Entre os estados brasileiros, o Pará é o quarto com maior número de inscritas, ficando atrás do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Amazonas e Rio Grande do Sul.
“Este ano, 1.010 mulheres serão designadas para o Exército Brasileiro, distribuídas em 14 cidades. No Comando Militar do Norte, a cidade de Belém foi escolhida para realizar a incorporação do segmento feminino no Serviço Militar Inicial. A expectativa é que esses números cresçam nos próximos cinco anos, atingindo cerca de 6 mil mulheres incorporadas em todo o Brasil. Atualmente, as mulheres representam aproximadamente 7% do efetivo do Exército Brasileiro”, afirma o major Honorato, responsável pelo processo seletivo no CMN.
Serviço Militar
O alistamento feminino ocorre no mesmo período do alistamento masculino. As voluntárias devem completar a maioridade no ano da inscrição e residir em um dos municípios contemplados pela iniciativa, onde haja uma Organização Militar. A partir do ato oficial de incorporação, o Serviço Militar passa a ser de cumprimento obrigatório, sujeitando a militar às obrigações e deveres previstos por cada Força.
As mulheres começaram a integrar o Exército Brasileiro no início da década de 1990. Atualmente, cerca de 450 mulheres atuam na área do Comando Militar do Norte, ocupando cargos de oficial, sargento e cabo especialista. A incorporação feminina no Serviço Militar Inicial representa a conclusão do processo de inserção das mulheres em todos os círculos hierárquicos do Exército.
A primeiro-tenente Jaqueline Roieski ingressou no Exército em 2023, pela turma da Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (EsFCEx). Para ela, o alistamento militar feminino é mais um marco na trajetória histórica das mulheres na instituição e representa uma oportunidade de desenvolvimento social e econômico.
“As expectativas para o ingresso das mulheres como soldados são elevadas e otimistas. O aproveitamento de suas inteligências e competências será de grande valia para o aprimoramento da capacidade combativa do Exército. Assim como Maria Quitéria de Jesus — a primeira mulher a ingressar nas fileiras do Exército Brasileiro, em 1823, reconhecida por sua bravura e heroísmo —, as mulheres que ingressarão no próximo ano trarão oportunidades de liderança, comprometimento com os valores e a ética militares, qualificação profissional e moral, além do desenvolvimento da camaradagem, do espírito de corpo e da disciplina”, afirma a oficial.
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