Covid-19: Pará mantém tendência de estabilidade, aponta boletim da Ufra
Mas Araguaia, Baixo Amazonas e Tapajós ainda requerem atenção especial, dizem pesquisadores
A oitava edição do Boletim Covid Pará, elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e outras instituições de nível superior, aponta que no Pará, em linhas gerais, a tendência é de estabilidade nos casos confirmados e óbitos causados pela covid-19.
Divulgado no começo da semana, o boletim aponta que de domingo (5) até a próxima segunda-feira (13) os casos devem subir linearmente (não exponencialmente). A projeção dos especialistas é que o número de casos chegue a 126.766. Os óbitos, de acordo com o boletim, devem chegar a 5. 368 no período.
O material elaborado pelos pesquisadores é divulgado semanalmente e traz projeções sobre o comportamento da pandemia no Estado e suas 13 regiões de saúde, tanto dos casos casos confirmados acumulados quanto de óbitos da covid-19, a partir de dados oficiais da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).
Apesar da tendência de estabilidade, ainda há três das 13 regiões de saúde no Estado que merecem atenção das autoridades e da população: Araguaia, Baixo Amazonas e Tapajós.
Segundo Marcos Braga, doutor em Bioinformática e professor de Inteligência Computacional da Ufra, que atua no projeto, os dados mostram que no Pará, em geral, a curva de casos tende a crescer um pouco mais, porém a de óbitos mantém a tendência estável, se comparado à sétima edição do boletim.
Quanto às regiões de saúde que ainda carecem de atenção no Estado - Araguaia, Baixo Amazonas e Tapajós - ele frisa que no Araguaia a tendência é de melhora, mas os casos ainda sobem. "Porém dando indicações de começar a estagnar chegando em torno dos 7.664. Já os casos de óbitos sobem de forma suave chegando pelo menos 81. Em relação à semana passada, a curva de casos e a de óbitos mostram tendência à estabilidade", explica.
Outra região que também precisa de cuidados é o Baixo Amazonas. "A tendência é de melhora na curva de óbitos. Os casos confirmados ainda sobem, chegando em torno dos 10.085.Os de óbitos sobem de forma menos acentuada chegando em cerca de 358. Já em relação à semana passada, a curva de óbitos tende a crescer de forma menos acentuada", observa Braga.
Mais uma região que está na condição de alerta é Tapajós. Marcus Braga explica que a tendência é de leve melhora na curva de casos. "Mas sobem agora de forma menos acentuada, chegando em torno dos 5.345. Ao comparar com a semana passada, ele afirma que a curva de casos confirmados se mostra menos aguda, indicando provável início de tendência de estabilização.
Além de projetar os casos confirmados e de óbitos, Braga explica que a iniciativa conta também com previsão de recursos hospitalares. Ainda na oitava do boletim, o Pará contava com total de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 1.367 leitos comuns, 248 médicos, 68 fisioterapeutas, 273 enfermeiros e 589 técnicos de enfermagem.
O oitavo boletim estimava na terça (7) 118.597 casos confirmados acumulados e 5.200 óbitos acumulados no Pará. Os dados oficiais da Sespa para o mesmo dia foram de 118.774 casos confirmados e 5.169 óbitos. Com isso, o percentual de acertos do estudo ficou em 99,9% e 99,4% , respectivos.
Além da Ufra, o estudo conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Boletim passa a incluir estimativas dos municípios
Pela primeira vez o boletim trouxe previsões para 40 municípios dentro das regiões de saúde. "A partir da semana que vem, com as próximas previsões, podemos comparar também as tendências nestes municípios - se melhoraram, pioraram ou continuam na mesma", informa o pesquisador.
As 40 cidades do estado são Abaetetuba, Alenquer, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Conceição do Araguaia, Igarapé-Açu, Itaituba, Juruti, Marabá, Marituba, Moju, Monte Alegre, Muaná, Óbidos, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rondon do Pará, Salinópolis, Salvaterra, Santa Izabel, Santana do Araguaia, Santarém, São Félix do Xingu, São Miguel do Guamá, Soure, Tailândia, Tomé-Açu, Tucuruí, Vigia e Xinguara.
Dos 40 municípios, o pesquisador destaca que alguns precisam de atenção especial das autoridades e da população. Na região de saúde do Araguaia estão Redenção e São Félix do Xingu; Baixo Amazonas estão Juruti, Óbidos e Oriximiná; Carajás está Marabá; Marajó I está Soure; Marajó II está Breves; Metropolitana II está Tomé-Açu; Metropolitana III estão Capitão-Poço, Paragominas e São Miguel do Guamá; Tapajós está Itaituba; Tocantins está Cametá e no Xingu está Altamira.
Previsões para as Regiões de Saúde no Pará
Araguaia
Tendência: Melhora
- Casos ainda sobem, porém dando indicações de começar a estagnar chegando em torno dos 7.664;
- Óbitos sobem de forma suave chegando em torno de 81;
* Em relação à semana passada: a curva de casos e a de óbitos mostram tendência à estabilidade.
Baixo Amazonas
Tendência: Melhora na curva de óbitos.
- Casos ainda sobem, chegando em torno dos 10.085;
- Óbitos sobem de forma menos acentuada chegando em torno de 358;
* Em relação à semana passada: a curva de óbitos tende a crescer de forma menos acentuada.
Carajás
Tendência: Melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem de forma bem menos acentuada, chegando em torno dos 21.362;
- Óbitos mantêm uma subida bem suave, chegando em torno de 422;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados aponta uma ótima tendência de redução.
Lago de Tucuruí
Tendência: Melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem de forma bem menos acentuada, chegando em torno dos 3.432;
- Óbitos mantém uma subida bem suave, chegando em torno de 178.
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados aponta uma ótima tendência de redução.
Marajó I - Oriental
Tendência: Leve melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem de forma linear, menos acentuada, chegando em torno dos 3.011;
- Óbitos mantêm uma subida bem suave, chegando em torno de 82;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados tende a ser menos aguda do que na semana anterior, indicando tendência de redução.
Marajó II - Ocidental
Tendência: Leve melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem de forma linear, menos acentuada, chegando em torno dos 4.554;
- Óbitos mantêm uma subida bem suave, chegando em torno de 161;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados tende a ser menos aguda do que na semana anterior, indicando tendência de redução.
Metropolitana I
Tendência: Estabilidade
- Casos sobem linearmente de forma suave, chegando em torno dos 28.670;
- Óbitos sobem de forma bem suave tendendo à estabilidade, chegando em torno de 2.408;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados e de óbitos mantém a tendência de estabilidade.
Metropolitana II
Tendência: Casos confirmados e óbitos mantém a subida linear (suave).
- Casos sobem linearmente (não de forma aguda), chegando em torno dos 4.203;
- Óbitos ainda sobem, mas de forma suave, chegando em torno de 182;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados e de óbitos mantém a mesma tendência de subida linear (suave).
Metropolitana III
Tendência: Melhora na curva de casos confirmados e tende à estabilidade de óbitos.
- Casos sobem de forma bem menos acentuada, chegando em torno dos 11.199;
- Óbitos mantêm uma subida bem suave, chegando em torno de 544;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados aponta uma ótima tendência de redução e a de óbitos tende à estabilidade.
Caetés
Tendência: Melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem de forma linear, mas agora de forma menos acentuada, chegando em torno dos 7.435;
- Óbitos mantêm uma subida bem suave, chegando em torno de 288;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados é menos aguda do que na semana anterior, indicando tendência de redução.
Tapajós
Tendência: Leve melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem, mas agora de forma menos acentuada, chegando em torno dos 5.345;
- Óbitos mantêm uma subida suave, chegando em torno de 75;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados se mostra menos aguda do que na semana anterior, indicando provável início de tendência de estabilização.
Tocantins
Tendência: Leve melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem, mas agora de forma menos acentuada, chegando em torno dos 13.064;
- Óbitos mantêm uma subida suave, chegando em torno de 437.
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados se mostra menos aguda do que na semana anterior, indicando provável início de tendência de estabilização.
Xingu I
Tendência: Melhora na curva de casos confirmados.
- Casos sobem, mas agora de forma menos acentuada, chegando em torno dos 6.761;
- Óbitos mantêm uma subida suave, chegando em torno de 154;
* Em relação à semana passada: a curva de casos confirmados se mostra menos aguda do que na semana anterior, indicando provável início de tendência de estabilização.