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Cobertura vacinal de HPV no Pará chega a 19%, diz Sespa; especialistas reforçam sobre imunização

Já foram vacinados 73.622 jovens entre 15 e 19 anos, de um total de 375.963 estimados, até o balanço enviadado pela Sespa ao Grupo Liberal no último sábado (13)

Gabriel Pires e Vito Gemaque

A imunização contra papilomavírus humano (HPV) alcançou, até o momento, 19,58% do total de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde Público do Pará (Sespa). Já foram vacinados 73.622 jovens entre 15 e 19 anos, de um total de 375.963 estimados, até o balanço enviadado pela Sespa ao Grupo Liberal no último sábado (13). O município que mais vacinou foi a capital Belém com 49.795 imunizados, enquanto a menor quantidade de doses aplicadas foi em Sapucaia com 178 registros. Para maior cobertura vacinal, especialistas orientam quanto à necessidade da vacinação.

A campanha nacional de vacinação para adolescentes de 15 a 19 anos foi prorrogada pelo Governo do Brasil até dezembro de 2025, para alcançar a imunização de 7 milhões de jovens que não foram vacinados na idade correta. No Pará, a Sespa destacou que “está empenhada em ampliar a cobertura vacinal contra o HPV no Estado”. “Nos últimos anos, foram aplicadas 254.110 doses em 2023, 191.922 doses em 2024 e, em 2025, já são 97.289 doses registradas”, completa a secretaria.

De acordo com a Sespa, considerando apenas adolescentes de 15 a 19 anos, público-alvo da campanha nacional prorrogada até dezembro de 2025, já foram vacinados 73.622 jovens, de uma população estimada em 375.963 nessa faixa etária. “Para alcançar mais jovens, a Sespa apoia os municípios com estratégias de vacinação em escolas, ações extramuros, como na Feira Pan-Amazônica do Livro, e a oferta da vacina na rotina das unidades básicas de saúde em todo o Estado”, detalha a nota.

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O HPV é um vírus que está associado ao surgimento de cânceres de colo de útero, vulva, pênis, garganta e pescoço. O Ministério da Saúde ampliou, até dezembro de 2025, a mobilização para vacinar adolescentes de 15 a 19 anos contra o HPV. Essa é a primeira vez que essa faixa etária recebe a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A meta é alcançar cerca de 7 milhões de jovens que perderam a imunização na idade recomendada (9 a 14 anos).

Prevenção

O oncologista clínico Rodnei Macambira, de Belém, explica que o HPV, ou papilomavírus, é uma infecção sexualmente transmissível e talvez a mais comum no mundo, afetando principalmente as peles e mucosas. E, muitas das vezes, com sintomas silenciosos, por isso, a importância da vacinação, como alerta o médico. “Os principais sintomas são as verrugas, que podem aparecer nos órgãos genitais. Tanto no colo do útero, no ânus, no pênis, na boca e na garganta. O problema é que a maioria das infecções é assintomática”, destaca.

“A imunização é a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo HPV, no caso dos mais comuns, que causam principalmente as verrugas, mas também é o principal meio para prevenir o câncer. Ao conseguir imunizar essas crianças e adolescentes, estaremos protegendo de desenvolver o câncer lá na frente, como câncer de colo de útero, câncer de pescoço, entre outros que podem estar relacionados”, acrescenta o médico.

Adesão

A imunização de crianças de 10 anos tem tido uma adesão abaixo da média dos últimos anos. Quando se imuniza menos crianças e adolescentes, isso pode contribuir para o aumento de casos de possíveis manifestações graves do HPV, de acordo com o médico. “Com isso, ocasiona-se um problema de saúde pública, aumentando os custos de tratamento, aumentando os custos com mobilidade e acarretando maiores gravidades a doenças que poderiam ser muito facilmente preveníveis”, alerta.

“A vacina para HPV ainda é relativamente nova no calendário vacinal do Brasil e do mundo, mas há um preconceito porque ainda se acha que o HPV é uma doença muito prevalente em pessoas homoafetivas, pessoas de grupo de risco, mas a gente tem que entender que é um vírus que circula livremente. Nós estamos suscetíveis ao vírus, podemos ter contato com ele e a vacinação é importante”, observa o médico.

Mobilização

Para facilitar o acesso à proteção, o Ministério da Saúde tem incentivado Estados e municípios a realizarem a vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS), escolas, universidades, ginásios esportivos e shoppings. As ações de resgate buscam assegurar que todos os adolescentes e jovens dessa faixa etária sejam imunizados, garantindo um futuro mais saudável para as próximas gerações.

O médico afirmou que as escolas são o grupo importante da vacinação contra o HPV. “Na minha opinião, a linha e a orientação devem ser: ensinar, divulgar massivamente os benefícios da vacina HPV e combater mitos e desinformação sobre a vacinação. Acredito que as ações que os governos estadual, municipal e federal podem tomar para aumentar a quantidade de público vacinado são investir maciçamente em campanhas de divulgação e vacinação, eliminando fake news e bombardeios de informações falsas por parte de pessoas que não acreditam em vacinas”, enfatiza.

Panorama

Até o início de setembro, mais de 115 mil adolescentes e jovens já haviam sido vacinados nessa nova etapa da estratégia, de acordo com o MS. Os estados com maior número de vacinados são: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 2024, o Brasil atingiu mais de 82% de cobertura vacinal entre meninas de 9 a 14 anos, índice acima da média global, de apenas 37%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os meninos da mesma idade, a cobertura chegou a 67%.

Vacinação contra o HPV no Pará

  • 2023 - 254.110
  • 2024 - 191.922
  • 2025 - 97.289

Fonte: Sespa