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Ciclistas sofrem sem ciclovias e ciclofaixas em Marituba

Cleide Magalhães

Pedalar é uma prática em crescimento em diversas cidades brasileiras, inclusive no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Apesar dessa realidade, faltam ciclovias e ciclofaixas para a população, estimada em 127.858 habitantes em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em Marituba, hoje existem apenas alguns metros de ciclovia na avenida Engenheiro Fernando Guilhon, que é uma das principais do município. A via fica na frente da cidade e é paralela à rodovia BR-316.

O pedreiro e carpinteiro Jorge Souza, 54 anos, que mora no bairro Novo Horizonte, em Marituba, usa a bicicleta desde criança, principalmente pela facilidade na mobilidade urbana. “A bicicleta é melhor porque é mais fácil, dá para ir em qualquer lugar e é mais barata para manter. Mas aqui é difícil devido ocorrerem muitos acidentes. Ainda mais na BR-316, porque os motoristas não respeitam ciclistas. Eles correm muito, mesmo a gente estando no acostamento”.

Há cinco anos, Souza sofreu dois acidentes na BR-316 e o condutor atropelador foi embora. “Dentro da cidade também não tem ciclovia nem ciclofaixa. A gente tem que andar na beira da pista e prestar atenção para não sofrer acidente. Precisa ter ciclovia e ciclofaixa, porque, cada vez mais, a juventude quer passear. Em casa temos quatro bicicletas”, conta.

PERIGO

Para o compositor Jackson Vilanova, 27, pedalar na cidade é um transtorno. “Eu só ando de bicicleta porque é o único meio de transporte que tenho, por enquanto. E gosto, porque é saudável, é até um esporte”, diz Vilanova, que nasceu em Ananindeua.

A dona de casa Helenilce Monteiro, 35 anos, afirma que já viu ciclovia na avenida Engenheiro Fernando Guilhon e na calçada de um hospital no bairro Novo, onde ela vive. “Em geral, Marituba não está preparada. É importante que esteja, porque andar de bicicleta é tão bom, é um exercício. Se tiver segurança no trânsito, é melhor ainda”, afirma.

A Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/12) estabelece a bicicleta como prioritária, junto com outros veículos não motorizados, sobre os motorizados. A Lei nº 12.587/12 determina uma série de ações a serem realizadas por todas as esferas de governo, principalmente no que diz respeito à infraestrutura necessária à segurança dos ciclistas e do próprio tráfego em geral. O Plano Nacional de Mobilidade Urbana também traz o desenvolvimento de planos de mobilidade e deve ser elaborado por todas as cidades com mais de 20 mil habitantes.


PROJETO

Em nota, a prefeitura de Marituba informa que tem o projeto de 1.500 metros de ciclovia na avenida Engenheiro Fernando Guilhon, onde já foram entregues 750 metros. “O local é destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas”. Ainda segundo a prefeitura, o plano de expansão será incluído no projeto do BRT, “pois o planejamento da ciclovia já está contemplado na obra executada pelo governo estadual ao longo de toda a BR-316”. (C.M.)

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