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Castanha-do-Pará é reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Estado

Nas feiras e mercados, onde o fruto é presença constante, a novidade foi recebida com entusiasmo por quem vive desse trabalho

Andreia Santana e Bruna Lima

A Castanha-do-Pará, símbolo da cultura e da economia amazônica, agora é oficialmente reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará. A medida foi sancionada pelo governador Helder Barbalho por meio da Lei nº 11.231, publicada no Diário Oficial do Estado na última quinta-feira (23).

De acordo com o texto, a Castanha-do-Pará passa a integrar o conjunto de bens de natureza imaterial protegidos pela Constituição Estadual, em reconhecimento à sua importância histórica, social e cultural para o povo paraense.

Nas feiras e mercados, onde o fruto é presença constante, a novidade foi recebida com entusiasmo por quem vive desse trabalho. Na tradicional Feira da 25 de Setembro, em Belém, vendedores destacaram o orgulho e a esperança de que o reconhecimento traga mais valorização e oportunidades.

“É bom demais, né? As pessoas vão valorizar mais a castanha, não só como uma comida típica, mas também no dia a dia. Isso pode ajudar até a aumentar as vendas, tanto aqui quanto pra fora”, comentou Evanilson Santos, que há seis anos vende o produto na feira. Ele aprendeu o ofício com a sogra, que atua no mesmo local há mais de quatro décadas.

Para ele, o reconhecimento também ajuda a preservar a identidade do nome tradicional. “Muita gente quer chamar de castanha-do-Brasil, mas a verdadeira história é que o Pará foi o primeiro a exportar a castanha. Por isso é conhecida como Castanha-do-Pará, e esse nome tem que continuar”, defendeu.

Com mais de 40 anos dedicados à venda da castanha, Nivea Santos também comemorou a iniciativa. “Tinha que ter vindo há muito tempo. A castanha faz parte da vida da gente, é o sustento de muitas famílias. Esse reconhecimento fortalece o nome da Castanha-do-Pará, que é nossa, do Pará mesmo”, afirmou.

Para Nivea, mesmo com as mudanças no modo de comercialização e nas tecnologias de hoje, o trabalho artesanal ainda é o que mantém a tradição viva. “A forma de tirar a castanha continua a mesma. É no braço, com muito esforço. Esse reconhecimento mostra que vale a pena continuar”, disse.

Agora, com o título de patrimônio imaterial, o fruto ganha também o reconhecimento formal de sua relevância para o Pará e para o Brasil.

Benefícios

A castanha-do-pará oferece benefícios como ação antioxidante e anti-inflamatória (graças ao selênio), proteção da saúde cerebral e da tireoide, melhora do humor e da saciedade, além de auxiliar na saúde intestinal devido às fibras. É importante consumir com moderação, pois é calórica e rica em selênio.

Como consumir

Pode ser consumida como um lanche entre as refeições.

Pode ser adicionada a saladas, frutas e outras receitas.

A farinha de castanha pode ser utilizada como um suplemento alimentar natural, especialmente por atletas.

Devido ao seu alto teor de selênio, o consumo deve ser moderado, limitando-se a cerca de 1 a 3 castanhas por dia, para evitar toxicidade.

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