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Caso Sheila: Polícia Civil investiga morte após família denunciar suposta negligência e erro médico

A Polícia Civil do Pará investiga a morte de Sheila Barros Belúcio, de 50 anos, que faleceu no dia 15 de junho após complicações decorrentes de uma cirurgia de vesícula

Da redação

A Polícia Civil do Pará investiga a morte de Sheila Barros Belúcio, de 50 anos, que faleceu no dia 15 de junho após complicações decorrentes de uma cirurgia de vesícula, dentro de um hospital particular de Belém. A informação foi confirmada ao Grupo Liberal na última segunda-feira (21). O caso está sendo investigado na Delegacia do Marco. Em nota, a PC detalhou: “A Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação”.

Ainda no dia 8 de julho, uma notícia-crime foi protocolada, denunciando suposta falha médica e negligência no atendimento prestado à paciente.

De acordo com Hanniel Barros, filho de Sheila, a polícia deve investigar os supostos envolvidos por homicídio com dolo eventual e homicídio culposo qualificado. Isso porque, segundo a família, Sheila não recebeu um atendimento médico adequado após a cirurgia de retirada de pedra na vesícula, realizada no dia 12 de junho. “A gente espera que a polícia esclareça e confirme tudo aquilo que a gente já vinha falando nas entrevistas, nos depoimentos, que é a negligência e erro médico”, afirma Hanniel.

Negligência

“Houve tudo isso que relatamos. E no prontuário consta também, principalmente, a negligência médica durante horas e horas. Então, a gente espera que eles investiguem e que culpem quem deve ser culpado. Sobre a investigação, a gente entende a demora [em elucidar os fatos] porque é um caso muito complicado. E tem que ser demorado, porque a gente quer justiça, mas podemos meter os pés pelas mãos. Temos que incriminar quem cometeu os erros. Não pode haver injustiça“, acrescenta Hanniel.

Para o filho de Sheila, é muito importante que a família busque por respostas diante de toda a gravidade do caso que levou ao óbito da mãe dele. “Essa é uma forma de fazer justiça. Não só pela vida da mamãe, mas por todas as outras que se foram, por conta de erro e de negligência médica. Vamos até o fim. Vamos lutar também para evitar que outras vidas e outras famílias não passem por essa situação também”, comenta.

O caso

Desde a morte de Sheila Barros Belúcio, no dia 15 de junho, a família tem se mobilizado para cobrar explicações sobre o caso. Sheila foi internada no dia 12 de junho para um procedimento considerado simples e eletivo, mas apresentou piora clínica já no dia seguinte, com dores intensas e vômitos constantes. Mesmo com sucessivos pedidos de avaliação médica durante a madrugada, ela só recebeu atendimento efetivo no outro dia, conforme relata a família.

No dia 14, foi levada em estado grave para a UTI e submetida a uma nova cirurgia, após ser diagnosticada com perfuração intestinal e infecção generalizada. 

Sheila faleceu no dia 15 de junho, após sofrer uma parada cardíaca. Diante da gravidade do caso, a família de Sheila também acionou o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) no dia 24 de junho, protocolando uma denúncia, cobrando apuração rigorosa dos fatos. 

Anteriormente, em posicionamento sobre o caso, o CRM informou, em nota, que a sindicância, como procedimento prévio obrigatório, foi instaurada, e está tramitando. "Ressaltamos que todos os procedimentos tramitam sob sigilo nos CRMs, conforme artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional (Resolução CFM 2306/2022)", completa o Conselho.

Uma análise técnica do prontuário médico revelou que o procedimento cirúrgico indicava riscos consideráveis, como a presença de múltiplas aderências intestinais. Apesar disso, o boletim da cirurgia relatou que o procedimento havia transcorrido “sem intercorrências”, com previsão de alta no dia seguinte. A ausência de acompanhamento médico adequado no pós-operatório imediato é apontada como fator determinante para o agravamento do quadro clínico da paciente.