‘Arrastão Ambiental’ sensibiliza população de São Caetano de Odivelas sobre temas ecológicos
A programação iniciou no dia 30 de junho e segue até este sábado, 2 de julho
Até este sábado (2), São Caetano de Odivelas recebe o “Arrastão Ambiental”, promovido por estudantes do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), que estão percorrendo as comunidades do município levando ações de conscientização ambiental e preservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. A programação começou no último dia 30 de junho, na Comunidade de Tapera, no município do nordeste paraense.
Durante a manhã, das 8h às 12h, as atividades serão realizadas na comunidade de Pereru de Fátima. Pela noite, das 18h às 21h, o grupo estará na praça Epaminondas Gustavo, promovendo a última etapa do arrastão, com o objetivo de instigar a responsabilidade que os moradores e turistas têm no cuidado com a cidade e com o ecossistema.
Dentre as atividades da programação estão: exposição de organismos marinhos; coleção de lixo marinho encontrado nas praias da costa amazônica; oficinas de compostagem e práticas de reutilização de materiais, como plástico, vidro e papel.
Ações geram mudanças globais
Para Sury Monteiro, coordenadora do projeto, a realização do Arrastão representa mais que transmitir informações. A ação está pautada, também, em construir ações a partir de diversos olhares, considerando as experiências passadas, a visão de mundo e as expectativas de futuro dos moradores de São Caetano. Já o nome da iniciativa, está relacionado aos arrastões culturais e folclóricos feitos na cidade.
“Pensamos que São Caetano, por ser um município que tem sua base econômica ligada aos recursos hídricos, sobretudo pelas atividades pesqueiras, é uma localidade que pode ser protagonista na preservação dos rios e manguezais da região costeira paraense”, destacou ela. Todas essas oficinas buscam mostrar os potenciais que os resíduos têm inclusive na geração de renda”, afirmou.
Um dos locais visitados durante o dia de hoje foram as Ilhas São João de Ramos e São Miguel, onde segundo Sury a população tem renda oriunda da pesca e extração de caranguejo dependendo diretamente da produtividade dos ecossistemas. “E juntamente com eles iremos entender como podemos proteger e até mesmo regenerar as áreas que estão impactadas”, comentou.
Sury enfatiza que ações locais como essa podem gerar mudanças globais. A professora ainda destaca que o projeto está ligado a iniciativas mundiais de preservação ambiental norteadas pela Agenda 2030 e pela Década dos Oceanos.
“Ontem, na comunidade da Tapera, que é uma comunidade de pescadores, a percepção de passado e futuro fez muitas pessoas se emocionar, porque eles relembraram como o ambiente era rico e produtivo há 15 anos atrás e como hoje está poluído e escasso de recursos como peixe e caranguejo, de onde eles tiram o sustento. E também fez eles se preocuparem e se mobilizarem para que isso não acabe no futuro”, comentou ela sobre uma das ações realizadas.
Mobilização gera conhecimento aos acadêmicos de Oceanografia
Para a estudante de Oceanografia e participante do Arrastão, Sabrina Ramos, a iniciativa é uma forma de somar junto às comunidades locais além de trazer conhecimento social aos estudantes do curso.
“Em São Caetano de Odivelas, há o conhecido cultivo de ostras, que tornou-se importante objeto de renda desde o ano de 2006, quando se iniciaram os cultivos. Em nosso arrastão, apresentamos inclusive alternativas para reutilização das conchas dessas ostras, como exemplo, a utilização das mesmas para a construção civil”, explicou.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)