Acidente no rio Moju acendeu alerta para outras pontes do Pará
Preocupação já vinha desde o acidente na ponte Moju Cidade, em 2014, mas o caso mais recente agilizou manutenção e medidas de segurança
Várias pontes paraenses estão em manutenção. E as que possuem canais de navegação de grandes embarcações, como balsas, estão recebendo medidas extras de segurança. O alerta veio após o acidente que destruiu a ponte sobre o rio Moju, na Alça Viária, em abril deste ano. Mas essa é uma preocupação que já vinha desde a queda da ponte Moju Cidade, em 2014 — e todos os impactos socioeconômicos causados pela queda e demora na reconstrução.
Pádua Andrade, titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), adiantou que vários serviços de manutenção e prevenção de acidentes náuticos com as pontes paraenses devem ser concluídos em 2020. Entre as obras em andamento ou planejadas para começar a partir de janeiro, estão: todas as demais pontes da Alça Viária, Outeiro e Mosqueiro.
O secretário também adiantou que mais pontes de madeira devem ser substituídas por concreto em 2020. O Pará tem um total de 700 pontes. Quando a nova gestão começou, havia 435 em madeira. Neste ano foram reformadas 50. Ainda assim, mais da metade das pontes do estado não são de concreto. Restam 385 estruturas.
Logo no início da nova gestão, circulavam vídeos e fotos, nas redes sociais digitais, mostrando danos estruturais na ponte Guamá da Alça Viária. É a primeira e maior de todas, com estilo estaiado — como ficará a ponte sobre o rio Moju, quando for entregue, em 5 de janeiro. Essa foi a primeira a passar por uma revitalização mais significativa e que ainda segue, com substituição de cabos, pintura, sinalização, revisão das juntas de dilatação e medidas de proteção aos pilares.
As pontes de Mosqueiro e Outeiro, ressalta Pádua, já tiveram acidentes recentes com embarcações. Claro, nenhum tão grave a ponto de pôr em risco a segurança da estrutura. Ainda assim, vão ganhar manutenções gerais e proteções para os pilares. A maioria das pontes com pilares não possuem estruturas chamada de dolfins de proteção. São medidas que absorvem grandes impactos, como a colisão com uma embarcação de 20 metros de largura (padrão máximo de balsas).
Também em 2020, a ponte Moju Cidade, que desabou em 2014, receberá uma manutenção preventiva e medidas de proteção aos pilares. O mesmo ocorrerá com a ponte Acará da Alça Viária. Em todas também serão instaladas sinalizações náuticas, devido às frequentes viagens noturnas de embarcações paraenses.
Pádua, por outro lado, reforça que não adiantam tantas medidas de segurança se as empresas de navegação não treinarem e cobrarem segurança dos condutores da embarcação. E os condutores precisam estar atentos, sobretudo em viagens noturnas.
"Nesse acidente de abril, na ponte sobre o rio Moju, a embarcação estava sem autorização para navegar. Nestes casos, as viagens costumam ocorrer à noite, para escapar da fiscalização. Para economizar combustível, desligam os motores, onde a correnteza é mais forte, e dirigem em 'ponto morto'. Mas com esse caso, a fiscalização da Marinha deve aumentar também", concluiu Pádua.
A Marinha do Brasil reforça que denúncias sobre superlotação de passageiros, ou qualquer situação que possa afetar a segurança da navegação, podem ser feitas pelo Disque Segurança da Navegação: 0800-280-7200. Também é possível entrar em contato pelo WhatsApp (91) 99114-9187 ou ligar direto para (91) 3218-3950.
Palavras-chave