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Amazônia: alertas de desmatamento aumentam 62% em fevereiro; Mato Grosso lidera perda de área verde

Depois de uma queda em janeiro, bioma registra alta no segundo dado mensal divulgado pelo INPE desde o início do novo governo federal; é provável que a cobertura de nuvens tenha afetado resultados

Victor Furtado
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A Amazônia Legal teve 322 km² desmatados em fevereiro de 2023, como apontam dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número representa um aumento de 62% em comparação a fevereiro de 2022 – quando foi registrada uma área desmatada de 199 km² no bioma. Os estados que mais tiveram registros de desmatamento no bioma foram Mato Grosso (162 km²), Pará (46 km²), Amazonas (46 km²) e Roraima (31 km²). Mais uma vez, o Pará, antes apontado como campeão do desmatamento, não é o líder em perda de áreas verdes.

Esse aumento em fevereiro ocorreu após uma redução percebida em janeiro, quando foram registrados 167 km² de alertas de desmatamento — cerca de 61% a menos em comparação a janeiro de 2022. O acumulado dos dois primeiros meses do ano é 22% menor que no ano passado. Tanto a redução de janeiro como a alta de fevereiro podem estar relacionadas a uma maior cobertura de nuvens nessa época do ano, que corresponde à temporada de chuvas na Amazônia. O sistema DETER utiliza imagens de satélites com sensores ópticos, que podem ser afetados pela ocorrência de nuvens.

"Ainda é cedo para confirmar qualquer tendência relacionada ao desmatamento, pois janeiro e fevereiro são períodos de muitas nuvens e chuva, com valores historicamente menores de destruição. O que podemos afirmar com clareza é que os eventos climáticos estão afetando de forma mais recorrente o Brasil e que o controle do desmatamento é fundamental para atenuar as perdas. As ações anunciadas pelo atual Governo são bem vindas, mas é necessário que toda a sociedade participe desse processo de reconstrução ambiental", afirma Mariana Napolitano, gerente de Conservação do WWF-Brasil.

Esse é o segundo dado mensal do DETER após a posse do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que tomou em janeiro uma série de medidas tendo em vista a retomada da pauta de proteção ambiental em nível federal, como o anúncio da criação do plano nacional para controle do desmatamento nos biomas brasileiros.

“É difícil reverter os danos de uma política antiambiental em tão pouco tempo, pois os números dos primeiros dois meses de 2023 não revelam uma tendência clara. Acreditamos que a redução do desmatamento só ocorrerá quando houver uma reversão consistente da fragilização das instituições responsáveis pela fiscalização e quando o discurso do novo governo ganhar mais materialidade”, explica Frederico Machado, especialista em conservação e líder da Estratégia de Conversão Zero do WWF Brasil.

“Importante neste momento é a retomada das ações de comando e controle, fortalecimento dos órgãos que foram sucateados nos últimos anos, valorização dos povos da floresta e seus saberes e a implementação de uma economia sustentável, área em que o Brasil tem um grande potencial e pode assumir papel de protagonismo”, conclui Machado.

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