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6 mil quelônios são devolvidos à natureza no Rio Araguaia

Animais foram soltos próximo a uma Unidade de Conservação, na região de São Geraldo do Araguaia, sudeste do Pará

Tay Marquioro
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Nesta terça-feira (6), o Rio Araguaia foi o local escolhido para a soltura de 6 mil quelônios. Os animais são das espécies tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) e tracajá (Podocnemis unifilis) que, até bem pouco tempo, eram bastante escassos na região. A reintegração desses animais de volta à natureza é fruto do trabalho do Instituto Ambiental Xambioá (IAX).

Para o aposentado piauiense Alípio Murici, que coordena as atividades do IAX, o sumiço dos quelônios do Rio Araguaia se deu muito rapidamente devido retirada predatória dos ovos. “Com o passar do tempo, percebemos que as coisas foram escasseando, até que chegou um momento em que a gente percorria por aí e não encontrava mais ninhos de tartarugas e tracajás, porque bastava os animais desovarem para que os ribeirinhos corressem até os locais para pegar e comer”, relata o coordenador.

Ele conta, ainda, que no início não tinha muita noção do que fazer, mas após algumas pesquisas começou o trabalho voluntário. “A resistência dos pescadores era muito grande, por isso a gente resolveu pagar pelos primeiros ninhos. Nos anos seguintes, ampliamos as buscas por mais ninhos, e hoje nós temos mais de 80 identificados e monitorados anualmente”, afirma o aposentado, que conta com a ajuda de familiares para dar continuidade aos trabalhos.

A desova dos tracajás começa em julho e prossegue até agosto. Já o período de postura das tartarugas-da-amazônia é de setembro a outubro. Após a postura, os ovos são transferidos pelo IAX para uma praia dentro da Unidade de Conservação do Ideflor-Bio, no município de São Geraldo do Araguaia, no sudeste do Estado, onde ficam de 50 a 60 dias em desenvolvimento. As eclosões ocorrem entre novembro e dezembro, quando os quelônios são transferidos para um tanque na propriedade de Alípio, onde crescem sem o risco de predadores até estarem prontos para a liberação no rio.

“A importância desse trabalho é que o Rio Araguaia estava sendo completamente despovoado dos quelônios. Esses animais têm um papel fundamental na limpeza do rio, porque eles comem os aguapés e os peixes que já morreram. Portanto, eles acabam fazendo uma verdadeira limpeza neste importante curso d’água”, informou Alípio Murici, que também vê o projeto como um vetor para o turismo ecológico na região.

O trabalho do Instituto Ambiental Xambioá é realizado há dez anos e, desde 2018, tem o apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). “Essa iniciativa é de grande importância para o Ideflor-Bio, pois os locais de desova estão em grande parte nas praias da APA Araguaia, as quais são administradas pelo Instituto. Com o projeto, já se vê a repovoamento da espécie, que estava em extinção em nossa região, além das ações de educação ambiental com crianças, para conscientizá-las sobre a importância da preservação da espécie”, enfatiza Laís Mercedes, titular da Gerência da Região Administrativa do Araguaia, do Ideflor-Bio.

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Pará
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