Cachorro abandonado é resgatado e vira 'policial' em penitenciária
O vira-lata deixou as ruas para ser bem cuidado por policiais e ganhou o nome de Perigo
Um vira-lata de sete meses que vivia abandonado e passando por tempos difíceis nas ruas foi resgatado e, além de tutores, ganhou também um “emprego”. O policial penal Gustavo Abner disse que o cãozinho, que agora se chama Perigo, recebe mimos de todos os policiais da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado Gameleira, em Campo Grande (MS), e se tornou um policial “extra-oficial” da corporação.
Perigo é um cãozinho muito brincalhão e dócil. “O nome veio como uma ironia, porque ele não é bravo, pelo contrário, é muito sem vergonha e bagunceiro”, explicou Gustavo.
O policial e Perigo viraram melhores amigos dentro da penitenciária. “Sempre gostei de animais, minha mãe tem vários cães e gatos e eu tenho o Brownie, um lhasa apso que é como um filho pra mim. Ele não pode nem saber direito do Perigo porque já vai ficar com ciúmes”, revelou.
Perigo é parceiro e um bom amigo, joga bola com os policiais, apronta uma bagunça e até dorme em serviço. Ou faz a patrulha em sonho, como ele deve preferir.
O animal foi encontrado pela mãe de Gustavo, em dezembro do ano passado, em frente a um espetinho. “Ele apareceu todo cheio de carrapato, magrinho e bem novinho. Como minha mãe sempre foi muito fã de bicho, não teve outra: pegou ele e trouxe pra casa”, relembrou.
A família do policial cuidou do cachorro, que aparentava ter cinco meses, mas não pôde ficar com ele: “Já temos muito animais aqui em casa, então fiz uma campanha de adoção pra ele”.
Gustavo teve a ideia de levá-lo para o serviço na penitenciária, um mês após o resgate, e foi lá onde o animalzinho encontrou um lar.
“Tínhamos um boxer lá anteriormente. Ele apareceu em frente a cadeia e ficamos com ele, mas um dia foi furtado. Até tentaram localizar o carro que o levou, mas não teve jeito”, explicou. “O pessoal gostou da ideia e logo todo mundo já tinha se apegado a ele”, completou Gustavo.
Cada um dos policiais ajuda a cuidar de Perigo. Gustavo explica que “o colete mesmo foi uma colega que mandou fabricar e trouxe pra ele. Outra colega, trouxe um potinho de ração. Eu mesmo consegui um colchãozinho pra ele esses dias”.
O colete identifica Perigo como Policial Penal e mostra o cuidado que o cachorro está tendo por todos. “Ele fica dentro da unidade, mas às vezes foge pelo portão, anda do lado de fora e volta. Ficamos espertos porque também tem o risco dele ser roubado, então quando ele sai, já avisam: ‘o Perigo saiu, fica atento aí’”, finaliza Gustavo.