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Transformando resíduo em recursos

Lorena Filgueiras

Talvez você não saiba, mas o Brasil é o maior reciclador de alumínio de todo o globo. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL, mais de 95% das latinhas de alumínio retornam aos seus produtores originais, permitindo, dentre inúmeras vantagens, geração de renda para famílias, menor emissão de gás carbônico e baixíssimo uso de energia elétrica nesse processo. O processo de reciclagem consome, em média, 5% de energia elétrica – logo, produz um percentual baixíssimo de gás de efeito estufa (o carbônico). Além desses aspectos, menos água e, como destino final, menos resíduos. Decidir pela reciclagem, de maneira geral, para além da consciência ecológica tem impactos para milhares de famílias de baixa renda; mais ainda neste período pandêmico. No caso da latinha e sucata de alumínio, ambas são matérias primas de uma enorme variedade de produtos de variados segmentos: de embalagens à construção civil, passando pela indústria automotiva. Por todas as razões, o alumínio é considerado um bem versátil.

Fonte de renda Jorge Pereira, 45, é catador. Por semana, consegue pouco mais de R$150 – dinheiro que complementa a renda da casa em que vive com a esposa e três filhos adultos. A esposa cuida da casa, conta ele, e os três meninos também são catadores. Quando perguntado o que é mais lucrativo reciclar, ele responde sem titubear que o alumínio representa a maior parte dos ganhos. No período pandêmico, ele reforçou os cuidados na hora de separar os resíduos. Com máscara, luvas grossas, que são colocadas só quando ele precisa fazer a seleção do que vai seguir para a reciclagem, e um sabonete (que carrega na sacola) ele percorre alguns bairros de Belém todos os dias. “Antes da pandemia, havia mais latinhas para coletar. Por causa dos restaurantes [sem restrição de horários], né? A gente teve que buscar outras fontes de coleta. No começo foi mais complicado”, diz, “mas a gente se adaptou pra não faltar e meus filhos também são coletores”, finaliza.

Você sabia? As latas de alumínio demoram de 200 a 500 anos para se decompor na natureza? A reciclagem das latinhas, só no Brasil, atinge índices imbatíveis: mais de 95% delas retornam às suas origens, por meio da coleta seletiva (empresas especializadas) e de catadores. Há benefícios de todos os lados, inclusive no que diz respeito ao uso da bauxita, já que a reciclagem não precisa do minério primário.

Como separar as latinhas É importante separar as latinhas de alumínio de todo o restante do lixo. Destine, se possível, uma lixeira ou uma sacola para colocar as latas. Esvazie todo o conteúdo (se houver) e deixe secar bem. Ah, não precisa separar o lacre! Quando tiver com unidades suficientes, basta ligar para uma associação de coletores ou o serviço disponibilizado pelo poder público.

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