Na COP 28, Consórcio Amazônia Legal lança planejamento estratégico para os próximos dez anos
Documento prevê ações para o desenvolvimento sustentável da região até 2034

Como parte da programação da 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, que acontece em Dubai, o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que reúne os nove estados amazônicos, lançou seu planejamento estratégico, nesta segunda-feira (4).
O lançamento aconteceu no chamado HUB Amazônia, pavilhão dedicado ao Consórcio na COP 28. O documento é uma versão revista e atualizada de uma edição anterior, de 2019. O plano prevê a agenda do Consórcio para os próximos dez anos, até 2034.
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De acordo com Paulo Roberto Guerra, diretor de programas da Fundação Dom Cabral para Gestão Pública, instituição que deu o suporte técnico e metodológico para o desenvolvimento do documento, o plano é um reconhecimento por parte dos governos da Amazônia Legal de que não existe desenvolvimento se não houver uma boa gestão. “Esse plano é o desejo dos estados de construírem uma priorização daquilo que eles precisam fazer para entregar um processo de desenvolvimento e bem-estar para a população amazônica”, disse.
Nesse processo de gestão, o plano contempla os aspectos econômico, social e ambiental. “Do ponto de vista econômico, é preciso suprir a lacuna de desenvolvimento que existe na região. Do ponto de vista social, igualmente: é preciso evoluir nas políticas públicas de saúde, educação, segurança pública. E do ponto de vista ambiental, você precisa preservar, utilizando esse meio ambiente de maneira sustentável, para que você possa entregar aos outros eixos de desenvolvimento econômico e social”, explicou Guerra.
O diretor destacou que o plano já começa a ser implementado em 2024. “Nós estamos falando de um plano que conta com 18 objetivos, que abarca os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, e que tem mais de 30 indicadores, mais de 60 metas distintas especificadas. Essas metas vão desde questões relativas, por exemplo, à melhoria da segurança pública, aos índices de analfabetismo, aos índices de saúde, até índices de emissão de gases de efeito de estufa, diminuição do desmatamento, entre outros”, especificou.
O especialista enfatizou a indissociabilidade entre os aspectos ambiental e socioeconômico. “Se eu olho só para o ambiental, eu tendo a criar uma dicotomia que faz com que eu perca espaço nos meus eixos econômico e social. Ou seja, imagina aquela pessoa que está em uma situação social muito ruim. E ela tem ali acesso a um determinado recurso de floresta, por exemplo. A tendência que essa pessoa tem de explorar de maneira predatória esse recurso é muito maior do que se ela está em uma condição social adequada. Então, um pilar influencia de maneira direta o outro”, concluiu.
Consórcio
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal é formado pelo nove estados amazônicos: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A missão do grupo é promover o desenvolvimento sustentável na região.
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